Investigada no escândalo dos cigarros, Aline Corrêa fala sobre drogas lícitas e ilícitas

Fio trocado – Está cada vez mais difícil cobrar do ser humano doses mínimas de coerência. Quando essa cobrança cai no universo político, a resposta quase sempre é decepcionante, para não afirmar que é nula.

Deputada federal por São Paulo, Aline Corrêa entrou na política pelas mãos do próprio pai, Pedro Corrêa, destacado integrante da alcateia que decide os destinos do Brasil e do povo brasileiro. Por conta disso, exigir de Aline Corrêa um comportamento coerente seria o mesmo que tentar domesticar o histórico Cavalo de Tróia.

Nesta sexta-feira (26), a deputada Aline é o centro de uma palestra sobre políticas públicas sobre drogas lícitas e ilícitas que acontece em Campinas, mais importante cidade do interior paulista, a cem quilômetros da capital. Entre as chamadas drogas lícitas estão as bebidas alcoólicas e o cigarro, que aniquilam a vida do ser humano, mas que por conta da carga tributária fazem a alegria dos arrecadadores.

Analisando de forma isolada a participação de Aline Corrêa no evento percebe-se que trata-se de ação condizente com sua condição de representante da sociedade no Parlamento, mas quem vai aos escaninhos da trajetória da deputada descobre que isso não deveria acontecer. Aline foi alvo de investigações da Polícia Federal por suas ligações com o empresário Ari Natalino da Silva, que teve a prisão decretada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Alvo de investigações, no passado, por conta da venda de combustíveis adulterados, Ari Natalino acabou atrás das grades sob a acusação de faturar R$ 500 milhões por ano com sonegação advinda do comércio de cigarros falsificados e contrabandeados. De acordo com o inquérito, Ari se seus parceiros de transgressões utilizavam selos falsos de cigarros. Durante as investigações a Polícia Federal encontrou diversas conexões empresariais de Ari Natalino, dentre elas com a Rei, fabricante de cigarros pertencente a Aline Corrêa.

Não se trata de coibir a atividade empresarial de Ari Natalino (que na opinião do delegado federal Alexandre Crenitte “é uma potência do crime organizado”) e muito menos a de Aline Corrêa, mas a parlamentar é a última pessoa com condições para falar sobre drogas e ilicitudes.