IPC-S sobe na 3ª semana de setembro e pode comprometer discurso ufanista de Dilma na ONU

inflacao_19Rédea solta – Dilma Vana Rousseff desembarcou em Nova York disposta a fazer um discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) que tenha efeito em sua campanha pela reeleição. Como o Brasil é ainda uma democracia, apesar de teórica, e na ONU cada qual fala o que quiser, Dilma mais uma vez destilará mentiras variadas. Até porque, a presidente-candidata especializou-se em mentir, mesmo contrariando números do seu próprio governo.

Enquanto a petista dá os últimos retoques em seu palavrório, lá na Grande Maçã, aqui no Brasil a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, nesta terça-feira (23), um dado pouco animador. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em 0,43% na terceira semana de setembro, taxa 0,04 ponto percentual superior à registrada na segunda semana do mês (0,39%).

O aumento do IPC-S foi puxado, principalmente, pelo grupo de despesas de habitação, cuja taxa passou de 0,46%, na segunda semana, para 0,51% na terceira semana. O principal item responsável pela inflação nesse segmento foi a eletricidade residencial, que ficou 1,66% mais cara na terceira semana de setembro. Outros grupos que contribuíram para a alta do IPC-S foram comunicação (a taxa subiu de 0,09% para 0,45%), alimentação (de 0,43% para 0,47%) e transportes (de 0,28% para 0,29%).

Os três grupos de despesas que registraram queda na taxa entre as duas semanas foram “saúde e cuidados pessoais” (0,53% para 0,47%), “vestuário” (-0,01% para -0,02%) e “despesas diversas” (de 0,20% para 0,19%). O grupo “educação, leitura e recreação” manteve a mesma taxa em ambas as semanas: 0,64%. O IPC-S é calculado semanalmente com base em preços coletados no período de um mês fechado.

É importante lembrar que, em 2013, Dilma prometeu aos brasileiros a redução da tarifa de energia elétrica, algo que não se consumou porque o Palácio do Planalto foi transformado em uma catapulta de embustes. A ideia palaciana surgiu a partir da renovação antecipada das concessões às empresas de energia, que por conta da estiagem e da elevação do consumo tornaram-se reféns das termelétricas, mais caras e mais poluentes.

Vale destacar que independentemente de quem seja o próximo presidente da República, reverter a crise econômica que chacoalha o País em todos os cantos exigirá muito esforço da população. Os brasileiros devem se acostumar desde já com a ideia de apertar o cinto cada vez mais, pois não será com promessas descabidas e discursos mentirosos que a crise chegará ao fim. Na verdade, qualquer tentativa de mudança para melhor do quadro atual implicará em doses extras de paciência, uma vez que a reversão da crise será lenta e exigirá tempo.

Qualquer mudança, mesmo que ínfima, não acontecerá em menos de seis meses, contados a partir de janeiro de 2015, desde que o eleito seja um candidato de oposição ao Palácio do Planalto. No caso de Dilma Rousseff ser reeleita, o que não deve ser descartado, qualquer mudança exigirá muito mais tempo, porque radicalizar em termos econômicos será o mesmo que admitir que os três governos do PT (Lula e Dilma) fracassaram sobremaneira na condução da economia.

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