Governo despeja dinheiro no mercado para minimizar a crise e incentiva o desrespeito à lei

dinheiro_88Camisa de força – Perdido em relação à condução da política econômica, o desgoverno de Dilma Rousseff insiste em abusar da invencionice como forma de tentar reverter uma crise que só avança. Nesta quarta-feira (20), o Banco Central flexibilizou novamente as regras dos depósitos compulsórios, o que injetará R$ 25 bilhões no mercado de crédito ao consumidor, sendo que R$ 15 bilhões serão destinados à formação de um sistema contra a inadimplência. Ou seja, R$ 10 bilhões irão para o crédito propriamente dito.

Na sequência foi a vez do ainda ministro da fazenda, Guido Mantega, anunciar um pacote de medidas para beneficiar os setores imobiliário e automobilístico. Uma das medidas anunciadas por Mantega simplifica o procedimento de compra de imóveis, represando no cartório de registro de imóveis todas as informações relacionadas ao bem e seus proprietários, que ficarão assentadas na matrícula do imóvel.

De acordo com o titular da Fazenda, a mudança tornará mais fácil a aquisição de um imóvel financiado, tanto para a instituição financeira no momento da liberação do financiamento, quanto para o comprador. A medida busca reduzir riscos e custos operacionais, além de ampliar os prazos de financiamento.

Outra medida é a que facilita ao banco a retomada de um automóvel financiado em caso de inadimplência, desde que no ato da compra o cliente concorde com essa absurda cláusula contratual. Na verdade, o que governo petista de Dilma Rousseff tenta fazer é incentivar o desrespeito ao Código Civil, que estabelece regras para o caso de busca e apreensão de bem móvel. Não bastasse o artigo 1.361 do Código Civil, que por conta de manobra sórdida e criminosa abriu brecha para que contratos de financiamento de bens sejam dispensados da alienação fiduciária, pelo menos no primeiro momento, o Palácio do Planalto trabalha de forma sorrateira para permitir que bancos e financeiras infrinjam a lei vigente no País.

Além do desrespeito ao Código Civil, o que pode culminar com ações na Justiça questionando a medida, o governo do PT erra ao insistir no consumo interno como antídoto contra a crise econômica que vem chacoalhando o País. De nada adianta aumentar o volume de crédito, se o trabalhador não tem capacidade financeira de contrair um empréstimo ou financiamento. A inadimplência está em níveis elevados, assim como o endividamento das famílias, o que tem levado os bancos a dificultarem a concessão de crédito.

A situação reinante no País é tão grave, que a inadimplência já chegou às concessionárias de serviços públicos (água, energia elétrica e gás), como noticiou o ucho.info em matéria anterior. No momento em que o cidadão atrasa o pagamento da conta de luz, por exemplo, ciente de que a qualquer hora poderá ficar no escuro, é irresponsabilidade desmedida querer incentivar o consumo por meio de novas linhas de crédito. O governo do PT teve quase doze anos para fazer a lição de casa, mas de afogadilho quer resolver o problema com soluções tão esdrúxulas quanto mirabolantes.

O governo federal, ao que parece, quer repetir a mesma loucura que em 2008 e 2009 empurrou a parcela incauta da população para o consumismo. Apenas porque Lula, o lobista, decidiu que a crise internacional chegaria ao território brasileiro com a força de uma reles marolinha. Facilitar a concessão de crédito trará de volta uma receita já conhecida pelo setor financeiro: inadimplência e endividamento. Aos palacianos interessa apenas a reeleição de Dilma Rousseff, deixando para depois o reforço que o caos econômico vigente receberá na sequência.

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