Joaquim Barbosa faz duras críticas à investida política de Dilma contra delação de Ricardo Pessoa

joaquim_barbosa_09Tiro ao alvo – Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Corte, Joaquim Barbosa comentou, nesta terça-feira (30), as declarações de Dilma Rousseff sobre o depoimento revelador do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. O delator afirma que a campanha da petista foi abastecida com dinheiro desviado de contratos da Petrobras.

O ex-ministro do STF ressalta que jamais viu um chefe de Estado tão mal assessorado quanto Dilma, lembrando-a, inclusive, que “zelar pelo respeito e cumprimento das leis do país é uma das mais importantes missões constitucionais de um presidente da República”.

Indagada sobre as declarações de Pessoa, a petista declarou: “Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma delatora”. Que continuou: “Há um personagem que a gente não gosta, porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. E ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator”, afirmou, mencionando o homem que traiu os inconfidentes em Minas Gerais.

“A assessoria da presidente deveria ter-lhe informado o significado da expressão ‘lawenforcement’: cumprimento e aplicação rigorosa das leis”, escreveu Barbosa. Ele também classificou a resposta da presidente como uma tentativa de “investir politicamente contra as leis vigentes, minando-lhes as bases”. “Caberia à assessoria informar a presidente que: atentar contra o bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!”.

O ex-presidente do STF encerra ressaltando: “Reflitamos coletivamente: vocês estão vendo o estrago que a promiscuidade entre dinheiro de empresas e a política provoca nas instituições?”. “Esqueci de dizer: ‘colaboração’ ou ‘delação” premiada é um instituto penal-processual previsto em lei no Brasil! Lei!!!”.

A atitude chicaneira e oportunista de Dilma, evidenciada em suas desconexas declarações, é uma tentativa desesperada de alguém que já percebe a aproximação da força da lei, no caso o seu envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.

A presidente da República sabe que o avanço das investigações da Operação Lava-Jato, assim como as revelações que estão por vir no vácuo dos depoimentos dos delatores, pode lhe tomar o mandato, pois, confirmadas as denúncias, cabe à Justiça Eleitoral cassar o registro de sua candidatura. Ou seja, Dilma e Michel Temer serão apeados dos respectivos cargos.

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