Juros proibitivos e desemprego em alta apontam para a continuidade da grave crise econômica

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Quando o UCHO.INFO afirmou que a reboque da desastrada política econômica de Dilma Rousseff o País só conseguiria dar o primeiro suspiro de alívio em 2018, o que não significará o fim da crise, muitos acusaram-nos de excesso de pessimismo. Na verdade, o que fizemos foi ater-se ao realismo para levar ao leitor a informação mais correta e balizada.

Por mais que alguns setores da economia comecem esboçar algum tipo de animação, ainda é cedo para qualquer euforia, pois há muito que fazer para tirar o Brasil do profundo atoleiro da crise. Esse prazo estimado pelo portal tem como base o trabalho correto que a atual equipe econômica do governo vem fazendo, apesar das muitas críticas de que é alvo.

Não há como estimular a economia sem que haja consumo. E isso só é possível quando o desemprego não é um fantasma na vida das pessoas, o salário não é devorado pela inflação e o consumo caminha em velocidade de cruzeiro. Do contrário, qualquer medida mais arrojada é semelhante à melhora repentina de um paciente terminal dias antes da morte.

Se os números da economia não eram os mais animadores, com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (27) a situação ficou ainda pior. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no primeiro semestre as demissões superaram as demissões em 531,765 vagas formais de trabalho, pior resultado para um primeiro semestre desde o início da série histórica, iniciada em 2002.

Como rastilho de pólvora, o desemprego dispara no País de forma assustadora, enquanto a economia enfrenta dois anos de recessão, a maior dos últimos 25 anos.


Apenas em junho, de acordo com dados do Caged, as demissões superaram as contratações em 91.032 vagas formais. Trata-se do décimo quinto mês seguido de fechamento de vagas com carteira assinada. Apesar de negativo, o resultado de junho ficou aquém do registrado no mesmo mês de 2015, quando foram fechados 111.199 postos de trabalho.

Em outra ponta da economia está outro tema que preocupa sobremaneira. As taxas de juro cobradas por bancos e instituições de crédito beiram o absurdo. No cheque especial, o juro saltou de 311,5%, em maio, para 315,7% ao ano, em junho, maior taxa em 22 anos. Nos primeiros seis meses do ano, a taxa subiu 28,7 pontos percentuais e, em doze meses até junho, 74,4 pontos percentuais. Nada justifica a disparada das taxas de juro.

Se no cheque especial o juro assusta, no caso do rotativo do cartão de crédito apenas um adjetivo é capaz de traduzir: criminoso. A taxa para quem paga o valor mínimo da fatura do cartão é de 470,9% ao ano, quase 100 pontos percentuais acima do que era cobrado em junho de 2015.

A inadimplência, que em tese justifica a alta do juro, não aumentou a ponto de taxas tão covardes e abusivas. Sem contar que desde agosto de 2015 a taxa básica de juro, a Selic, permanece estacionada no patamar de 14,25% ao ano, sem previsão de queda nos próximos meses. Ou seja, os bancos estão ganhando como nunca.

Se a equipe econômica do governo não tomar providências e chamar os banqueiros para uma conversa séria, com direito à fixação de regras e limites, o melhor a se fazer é jogar a toalha, pois é impossível resgatar o crescimento econômico em cenário marcado pelo desemprego e taxas abusivas de juro.

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