Justiça Federal determina a quebra de sigilo bancário da Petrobras; clima no Planalto é de apreensão

dinheiro_101Castelo de areia – A farsa que o Palácio do Planalto insistia em manter começa a desmoronar. Isso porque a Justiça Federal do Paraná decretou nesta quinta-feira (8), atendendo a pedido do Ministério Público Federal, a quebra do sigilo bancário da Petrobras. A medida tem como alvo as transações financeiras relativas à construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que encontra-se sob o manto do superfaturamento. A quebra de sigilo bancário é limitada às transferências da petroleira, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013, para a empreiteira Camargo Corrêa, responsável por parte da obra da Refinaria Abreu e Lima, e para as empresas Sanko Sider e Sanko Serviços de Pesquisa

Na mesma decisão, a Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras e que encontra-se preso em Curitiba desde 17 de marco, quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Costa é acusado de lavagem de dinheiro e participação em grupo criminoso organizado, mas pode optar pela delação premiada como forma de minimizar a situação de familiares, também investigados.

De acordo com o MPF, Costa é um dos chefes da quadrilha especializada em lavar dinheiro no exterior, por meio de operações de câmbio fraudulentas, realizadas através de empresas de fachada doleiro Alberto Youssef, criadas para branquear os recursos desviados da obra da refinaria Abreu e Lima.

A Justiça também autorizou a quebra do sigilo bancário das empresas GFD Investimentos, Sanko Sider e Sanko Serviços de Pesquisa. A decisão alcança todas as movimentações das respectivas contas bancárias, inclusive a origem e o destino do dinheiro movimentado.

A quebra de sigilo tem por objetivo apurar o rastro do dinheiro utilizado na construção da refinaria pernambucana. As investigações da PF tentam identificar se parte do dinheiro destinado à obra teria abastecido o esquema criminoso de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, comandado por Youssef.

Com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, que levou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a determinar a criação de uma força-tarefa para acompanhar o caso, será possível identificar os envolvidos no bilionário escândalo de corrupção, que pode, inclusive, subir a rampa do Palácio do Planalto e atingir figuras proeminentes (sic) da República.