Lava-Jato: conjunção de delações tira o sono de ladrões com mandato e deve implodir a política

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Se Operação Lava-Jato é um regimento de artilharia e a política nacional, um palco de guerra, há algumas devastadoras bombas a serem lançadas pela Justiça brasileira. A primeira delas, que não tem merecido o devido destaque, é o cruzamento das informações contidas nas delações premiadas de Alberto Youssef, o doleiro do Petrolão, e de Pedro Corrêa, ex-líder do partido que tem o maior número de políticos envolvidos no escândalo de corrupção.

Esse primeiro material explosivo se explica por uma interessante conexão. Youssef era compadre de José Janene, o mentor intelectual do Petrolão, e seu operador financeiro no âmbito das falcatruas. Janene, não por acaso, era filiado ao Partido Progressista, e cultivava excelente relacionamento com Pedro Corrêa, que à força-tarefa da Lava-Jato delatou muitos correligionários e detonou Lula, que por sua vez aceitou sem titubear o esquema criminoso que derreteu as finanças da Petrobras. A conjunção dessas informações é o que se pode chamar de um paiol carregado de pólvora.

Na outra ponta do Congresso Nacional, mais precisamente no Senado, há outro material explosivo de efeito demolidor. O encontro das informações contidas nos depoimentos de colaboração premiada de Delcídio Amaral, senador cassado; Sérgio Machado; ex-presidente da Transpetro, e Expedito Machado Neto, filho de Sérgio e executivo do mercado financeiro internacional.


As três delações, já devidamente homologadas, têm potencial de mandar pelos ares a política brasileira, pois os colaboradores não economizaram informações e provas sobre o funcionamento do esquema de corrupção. No caso de Expedito Machado, a delação revelou não apenas o caminho do dinheiro sujo da corrupção até contas bancárias no exterior, mas os montantes desviados da Petrobras e seus beneficiários. Esse cipoal de detalhes atingirá na primeira saraivada alguns destacados senadores peemedebistas, como Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA), além do ex-senador José Sarney.

A carga extra de pólvora nesse espetáculo pirotécnico da corrupção fica por conta da delação de Marcelo Odebrecht, presidente afastado da empreiteira que leva o nome da família e é a mais encalacrada na Operação Lava-Jato. Marcelo está preso em Curitiba, por determinação do juiz Sérgio Moro desde 19 e junho de 2015, e avança no acordo de delação premiada. Locomotiva do comboio criminoso de empreiteiras que saquearam a estatal petrolífera, a Odebrecht contou com a essencial ajuda do agora lobista-palestrante Lula, que em breve estará atrás das grades.

A roubalheira institucionalizada, que ganhou força nos governos do PT, fez por algum tempo a alegria financeira de muitos, mas é chegada a hora de passar o Brasil a limpo. Quem assaltou os cofres públicos de maneira acintosa, apostando na impunidade, agora passa as noites em claro, à espera dos agentes da Polícia Federal, que cedo ou tarde baterão à porta dos alarifes. É uma questão de tempo, pouco tempo.

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