Lava-Jato: delação de Fernando Baiano ajudou na identificação das contas de Cunha na Suíça

fernando_baiano_04Xis da questão – Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nega ser titular ou beneficiário de contas em bancos suíços, autoridades do país europeu garantem que o peemedebista foi avisado com antecedência sobre o bloqueio de recursos financeiros, por conta da suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Integrantes do Ministério Público suíço negam a versão de Cunha, que alega desconhecer a origem das mencionadas contas bancárias, as quais teriam no total saldo aproximado de US$ 5 milhões. A investigação foi remetida ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Membros da força-tarefa da Operação Lava-Jato garantem que Cunha foi comunicado pelo próprio banco sobre o bloqueio do dinheiro, já que essa é uma obrigação da instituição financeira para com os clientes. Em seguida, a Justiça da Suíça informou o presidente da Câmara sobre o procedimento adotado com base nas investigações da Lava-Jato.

A grande questão que envolve as contas de Eduardo Cunha na Suíça não é apenas o bloqueio de recursos, mas o ponto de partida dessa investigação que culminou com um cenário que pode ejetar o peemedebista da política brasileira.

Até recentemente, dados envolvendo Cunha e outros “petroleiros” eram desconhecidos das autoridades brasileiras, mas vieram à tona na esteira de delações premiadas. Depoimentos de alguns delatores, como Julio Camargo e Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, podem ter auxiliado na localização do dinheiro sujo pertencente ao deputado do PMDB.

Segundo apurou o UCHO.INFO, as autoridades suíças e brasileiras chegaram às contas de Cunha no exterior a partir das revelações feitas por Fernando Baiano, que há muito negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato.

Apesar de Baiano estar em avançado estágio da negociação de colaboração premiada, muitos detalhes da sua atuação como operador de parte do PMDB no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história moderna, ainda são desconhecidos. Isso porque o lobista continua guardando a sete chaves informações sobre dezenas de contas bancárias de terceiros que ele próprio operava. Esses detalhes, que estariam em poder de familiares de Soares, podem implodir a cúpula da política brasileira em questão de horas.

Desde a prisão de Fernando Baiano, essas contas estão sem movimentos ou registraram movimentações extremamente discretas. Muitas das dezenas de contas operadas por Baiano foram abertas em nome de empresas de fachada, inclusive as de Eduardo Cunha, segundo informações das autoridades suíças.

O Ministério Público suíço se recusa a revelar o nome do banco onde foram abertas as quatro contas creditadas a Eduardo Cunha, mas garante que a própria instituição financeira se surpreendeu diante das suspeitas de lavagem de dinheiro.

O procurador-geral da República, que mantém em segredo as informações recebidas da Suíça, pode a qualquer momento abrir um novo inquérito para seguir com as investigações ou oferecer nova denúncia Cunha, que já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito do Petrolão.

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