Lava-Jato: torcida contra não funcionou e Gleisi Hoffmann terá de enfrentar o conterrâneo Fachin

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Novo relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Edson Fachin terá de mostrar serviço caso queira passar ao largo da maledicência da opinião pública. Isso não significa que o relator deva ultrapassar o que estabelece a legislação vigente, mas apenas cumpri-la em sua totalidade. Se fizer isso, por certo estará no panteão da probidade, não sem antes cair nas graças do povo brasileiro.

Por outro lado, Fachin, até ser indicado para a espinhosa missão, tinha na torcida contrária alguns dos investigados por envolvimento no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o malfadado Petrolão. Nessa trincheira da “catiça”, fazendo figas e promessas várias, estavam pelo menos três parlamentares flagrados pela Lava-Jato: Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor de Mello (PTC-AL).

O trio é alvo de graves denúncias criminais por participação no esquema de propinas que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras. Os mencionados senadores terão de enfrentar as decisões do sucessor do ministro Teori Zavascki, falecido no último dia 19 de janeiro em acidente aéreo na cidade de Paraty, no litoral sul fluminense.

Gleisi Helena tinha esperança de que, no sorteio realizado entre os integrantes da 2ª Turma do STF, o escolhido fosse Dias Toffoli ou Ricardo Lewandowski, mas seus gurus espirituais podem estar com a pilha fraca.


A torcida da senadora paranaense tinha motivos compreensíveis, mas não aceitáveis. Toffoli tem ligações viscerais com o PT e foi responsável pela decisão que colocou em liberdade o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), preso sob a acusação de comandar o esquema criminoso que foi desmantelado pela Operação Custo Brasil.

Já Ricardo Lewandowski é conhecido por sua indisfarçável simpatia pela causa petista, apreço que ficou evidente durante o julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), que no plenário do STF proporcionou embates acalorados e quase coléricos.

A senadora petista é acusada por meia dúzia de delatores de receber R$ 1 milhão do esquema criminoso conhecido como Petrolão, valor que, segundos os investigadores, foi utilizado para financiar sua campanha eleitoral em 2010. A denúncia contra Gleisi foi aceita pela 2ª Turma do STF em 27 de setembro de 2016.

Em vez de preocupar-se com o escolhido para a relatoria da lava-Jato, Gleisi deveria tomar pílulas de coragem explicar à sociedade a sua decisão de nomear um pedófilo, condenado a mais de cem anos de prisão pelos crimes cometidos contra meninas vulneráveis (menores de 14 anos), a cargo de assessor especial na Casa Civil. A estupidez da então ministra é tamanha, que Eduardo Gaievski, o pedófilo, foi incumbido pela “companheira” de legenda de cuidar dos programas do governo federal destinados a crianças e adolescentes. Tudo no melhor estilo “raposa tomando conta do galinheiro”.

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