Líder do PPS na Câmara repudia tentativa de senadores de obstruir investigações da Lava-Jato

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Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder do partido na Câmara, Rubens Bueno repudiou, nesta sexta-feira (21), a tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava-Jato por parte da Polícia Legislativa do Senado Federal. Para ele, o mais grave é que as varreduras eram para retirar as supostas escutas autorizadas pela Justiça.

O trabalho da Polícia Legislativa foi feito nos gabinetes e residências dos senadores Gleisi Helena Hoffman (PR), Fernando Collor de Mello (AL), Edison Lobão (MA) e do ex-presidente José Sarney (MA), todos investigados por envolvimento no esquema de corrupção que desviou recursos da Petrobras, o Petrolão.

“Essa tentativa de obstruir o trabalho da Polícia Federal, especialmente na Operação Lava Jato, é absolutamente inadmissível. É preciso uma apuração rigorosa para saber quem autorizou tamanha insensatez”, afirmou Bueno, ao dizer que o ato põe em xeque o verdadeiro papel da Polícia Legislativa.

Quatro policiais legislativos foram presos hoje pela Operação Métis, entre eles o chefe da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho. As prisões ocorreram após delação de um policial do Senado Federal.


Segundo nota da PF, “foram obtidas provas que o grupo liderado pelo diretor da polícia do Senado tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamento de inteligência”.

Os policiais são suspeitos de terem cometido os crimes de associação criminosa armada, corrupção privilegiada, embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a quatorze anos e seis meses de prisão.

Segundo o líder do PPS, se não bastasse a ação em Brasília, os policiais legislativos foram autorizados a viajar a São Luís (MA) e Curitiba (PR) para desarticular a operação da PF. “Além de tentar obstruir a investigação da Justiça, ainda usuram o dinheiro do contribuinte. Isso é um verdadeiro absurdo!”, criticou o parlamentar.

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