Alça de mira – O Congresso Nacional está em recesso, até porque parlamentares que trabalham dois dias e meio por semana precisam de férias duas vezes ao ano, mas o escândalo de corrupção envolvendo o depurado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) já aterrissou em Brasília, a capital dos brasileiros.
Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) anunciou que terça-feira (29) protocolará na Corregedoria da Casa representação em que requer a apuração do suposto envolvimento de Bethlem com o rumoroso caso revelado no último final de semana.
Candidato à reeleição, Rodrigo Bethlem é acusado de ter recebido propina quando era secretário municipal no Rio e de manter uma conta na Suíça não declarada à Justiça Eleitoral, de acordo com gravações divulgadas pela revista Época.
A publicação mostra gravações feitas pela empresária Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem, em que o deputado diz receber, na época em que foi secretário municipal no Rio, dinheiro proveniente de convênios firmados pela prefeitura com ONGs. Durante uma negociação de pensão com a ex-mulher, gravada em 2011, o parlamentar afirma ter uma receita de R$ 100 mil. Na ocasião, ele recebia cerca de R$ 18 mil de salário líquido, segundo a revista.
Para o líder do PPS, o caso é grave e exige da Câmara dos Deputados investigação sobre a conduta do parlamentar federal.
“Esta Casa Legislativa precisa, imediatamente, apurar, e com rigor, a denúncia revelada pela imprensa e que contém farto material com vídeo e áudio apontando a suposta participação de um deputado federal no esquema de recebimento de propina”, justificou Rubens Bueno.
A Corregedoria da Câmara é o órgão encarregado de promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina e cabe a ela, entre outras atribuições, promover sindicância ou inquérito para apuração de notícias de ilícito que envolvam deputados.
