Líder na corrida pela prefeitura de SP, Russomanno pode ficar inelegível com possível condenação no STF

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A disputa pela prefeitura de São Paulo, maior e mais importante cidade do País, está a um passo de ganhar capítulo extra e complicador. Isso porque o pré-candidato Celso Russomanno, do PRB, pode ser condenado por peculato em ação que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot deu parecer favorável à condenação do parlamentar e solicitou que o processo seja julgado com celeridade pelo STF. No caso de condenação, Russomanno, que tem 26% de intenção de voto, será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficará inelegível.

Na primeira instância, Celso Russomanno foi condenado a dois anos e dois meses de prisão em regime aberto, mas a pena foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa equivalente a 250 cestas básicas, no valor de R$ 200 cada.

Entre 1997 e 2001, Russomanno empregou em sua produtora de vídeo, em São Paulo, uma funcionária que em tese trabalhava no gabinete do parlamentar em Brasília e cujo salário era pago pela Câmara dos Deputados. A expectativa é que o Supremo profira sentença até no máximo 15 de agosto, quando termina o prazo para o registro de candidaturas na Justiça Eleitoral.


Sem dúvida a atitude de Celso Russomanno é uma transgressão grave e configura crime, o que já ficou comprovado com a sentença judicial em primeira instância. Contudo, Russomanno não é o único a usar desse expediente para se beneficiar do suado dinheiro do contribuinte que custeia as despesas de deputados e senadores.

Muitos parlamentares se valem dessa manobra para engrossar salário de assessores, usando testas de ferro para receber o salário, o qual é repassado ao destinatário final. Em outros casos, amantes são empregadas em gabinetes como forma de bancar as “puladas de cerca” dos políticos que, em plenário, falam grosso quando o assunto é a defesa da família.

Uma operação mais aprofundada por parte da Corregedoria da Câmara dos Deputados certamente identificaria algumas dezenas de casos semelhantes ou até piores. A grande questão é que no Parlamento brasileiro prevalece o espírito de corpo, o que faz da violação da lei a ordem do dia.

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