Liderado por Gleisi Hoffmann, PT do Paraná foi destroçado nas urnas, mas brilha em safra de escândalos

gleisi_hoffmann_42Turma do barulho – O capítulo paranaense do Partido dos Trabalhadores, liderado há algum tempo por Gleisi Hoffmann, enfrenta uma catástrofe política. A legenda reverteu o crescimento lento, mas constante, dos últimos vinte anos, encolhendo e transformando-se no que é conhecido no universo da política como um partido nanico. Contudo, esses infortúnios não são os únicos ou os piores. Enquanto perde importância política, o PT paranaense se agiganta na safra de escândalos que ameaça submergir o petismo.

A própria Gleisi, ex-ministra-chefe da Casa Civil, é a porta-bandeira do vexame. A senadora paranaense corre o risco de enfrentar uma convocação da CPMI da Petrobras para explicar seus vínculos com o esquema de corrupção que foi batizado como “Petrolão”. Autoritária, adepta da censura e acostumada às enfadonhas “carteiradas”, Gleisi foi apontada pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como beneficiária de R$ 1 milhão, pago em dinheiro e em quatro prestações, do carrossel de corrupção que funcionava na estatal até a deflagração da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O dinheiro, segundo Costa, foi pago à própria Gleisi em um shopping de Curitiba.

O PT do Paraná também carrega o deputado morto-vivo André Vargas, que deixou o partido e é acusado de manter sociedade com o doleiro Alberto Youssef no laboratório-lavanderia Labogen, criado criminosamente para lesar o Ministério da Saúde. Vargas foi coordenador da campanha de Gleisi ao governo do Paraná e seus vínculos com a senadora e seu marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), são antigos e tenebrosos. Envolvem pelo menos um processo por caixa dois.

Paranaenses de peso

Outra estrela do Petrolão também tem raízes no Paraná. Trata-se do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, operador petista do esquema criminoso, que é paranaense de Terra Rica. Vaccari também era conselheiro da Itaipu Binacional, cargo do qual se demitiu depois que as denúncias de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa o colocaram no centro do escândalo.

Embora não seja um quadro petista (foi apadrinhado pelo ex-deputado de Londrina, José Janene, do PP), Paulo Roberto Costa, primeiro delator do Petrolão, também é do Paraná. Nasceu em Telêmaco Borba, cidade de 75 mil habitantes a 249 km de Curitiba. Alberto Youssef delator e peça chave do Petrolão é paranaense de Londrina.

Outro paranaense que brilha na supersafra de escândalos petistas é Henrique Pizzolato, condenado pelos crimes cometidos no Mensalão do PT, preso na Itália com documentos falsos e uma montanha de euros e que acaba de ser solto na Itália, uma vez que a Justiça do país europeu negou sua extradição para o Brasil. Pizzolato é de Toledo, cidade do Oeste do Paraná, e chegou a disputar o governo do estado pelo PT em 1990.

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