Líderes partidários irão ao Conselho de Ética para apoiar continuidade de processo contra Cunha

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Os líderes do PPS, PSDB, DEM, PSB, PSOL, Rede e da Minoria acompanharão nesta terça-feira (1º) a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que votará o relatório preliminar pela continuidade do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em encontro na manhã desta terça, os líderes também decidiram que, caso os membros do colegiado barrem o início da apuração, recorrer-se-á ao plenário.

“Esperamos que o processo siga e tramite normalmente. Qualquer decisão em outro sentido nos obrigará a recorrer ao plenário da Câmara. Vamos ver como o PT vai se comportar. O noticiário fala em barganha que envolve a salvação de Cunha em troca da não abertura de processo de impeachment contra Dilma. Estamos atentos a tudo isso”, relatou o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), que lembrou que na na última semana o grupo já denunciou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o presidente da Câmara está usando o cargo para atrapalhar o andamento do processo contra ele no Conselho de Ética.

Para Rubens Bueno, os partidos também estão atentos para manobras que passem por cima do que determina o regimento da Câmara. “Se for usada qualquer chicana, qualquer medida não prevista em nosso regimento, vamos ter que recorrer externamente. Estamos avaliando todas as possibilidades”, finalizou.

Também participaram da reunião os líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Mendonça Filho (PE), do PSOL, Chico Alencar (RJ), do PSB, Fernando Coelho Filho (PE), além dos deputados Pauderney Avelino (DEM-AM), Ivan Valente (PSOL-SP), e Paulo Foletto (PSB-PR).

Que há manobras nos bastidores da Câmara para poupar Cunha todos sabem, mas será preciso encontrar uma forma inequívoca de provar que eventual arquivamento do processo tenha sido objeto de uso indevido do cargo por parte do presidente da Câmara. Não se trata de defender Eduardo Cunha, que deve pagar pelos seus atos, mas é necessário estar munido de provas para impedir mais um escárnio no Parlamento, que, como sabe-se, funciona como mercado de interesses.

Como mencionado na matéria anterior, Cunha ofereceu à presidente Dilma Rousseff a possibilidade de não abertura de processo de impeachment – há vários pedidos parados na mesa do peemedebista –, mas a contrapartida seria o apoio do PT no Conselho de Ética para estancar o processo por quebra de decoro parlamentar.

Como disse o imperador Julio Cesar às margens do Rio Rubicão, em 49 a.C., em plena guerra civil romana, “Alea jacta est” (a sorte está lançada). Que pelo menos uma vez o Brasil consiga vencer as vagas da corrupção.

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