Lista de políticos envolvidos no Petrolão tem 28 nomes; petista Gleisi Hoffmann puxa a fila

gleisi_hoffmann_41Linha de tiro – Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, citou em 80 depoimentos, que consumiram duas semanas entre agosto e setembro, uma lista com nomes de 28 políticos. Entre os acusados de terem se beneficiado do esquema de corrupção que funcionava na Petrobras estão ministro e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, governador e ex-governadores.

Ex-chefe da Casa Civil e candidata derrotada ao governo do Paraná, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) encabeça a lista de políticos flagrados no Petrolão, sendo que seu envolvimento no esquema foi confirmado pelo doleiro Alberto Youssef, que ratificou as palavras do ex-diretor da estatal.

O Estadão obteve a lista completa dos citados por Paulo Roberto Costa, que inclui parlamentares da base de apoio ao governo do PT no Congresso Nacional como supostos beneficiários do carrossel de corrupção e caixa 2 que giravam na petrolífera entre 2004 e 2012. Como já noticiou o UCHO.INFO, o número de envolvidos no assalto aos cofres da Petrobras é muito maior, pois muitos parlamentares de segundo escalão, o chamado baixo clero, receberam o dinheiro imundo das mãos de caciques partidários. O UCHO.INFO tem a relação desdobrada com os nomes dos alarifes.

Entre os acusados há nomes que até então ainda não foram mencionados, como o governador do Acre, Tião Viana (PT), reeleito em 2014, além dos deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ) e José Otávio Germano (PP-RS). Entre os congressistas, ao todo foram mencionados sete senadores e onze deputados federais.

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Gleisi Hoffmann tem o bisonho privilégio de ser a única beneficiária do Petrolão cujos detalhes do envolvimento no esquema são conhecidos. De acordo com os delatores, Gleisi recebeu R$ 1 milhão do esquema criminoso batizado como Petrolão. O dinheiro foi solicitado pelo marido de Gleisi, Paulo Bernardo da Silva, ministro das Comunicações, ao diretor da Petrobras, que por sua vez pediu a Alberto Youssef para que o pagamento fosse providenciado. O doleiro fez com que o numerário, em dinheiro vivo, fosse pago a Gleisi em quatro parcelas em um shopping no centro de Curitiba.

O desespero de Gleisi em relação ao escândalo tornou-se evidente depois que os depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef vazaram para a imprensa. A partir de então, a petista passou a fazer uma peregrinação a vários gabinetes de senadores, aos quais pediu para que não fosse convocada para depor na CPMI da Petrobras.

Como a comissão encerrou os trabalhos com a aprovação do relatório final, de autoria do petista Marco Maia (RS), Gleisi escapou do constrangimento de um depoimento, mas corre o risco de perder o mandato parlamentar por quebra de decoro. Afinal, por muito menos o ex-petista André Vargas perdeu o mandato de deputado federal por ter viajado com a família em um jato fretado por Youssef.

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