Lula chamou a crise global de marolinha, mas Dilma culpou o Lehman Brothers pela tragédia no Brasil

(Alan Marques - Folhapress)
(Alan Marques – Folhapress)

Em dezembro de 2008, quando a crise internacional já tinha feito estragos diversos ao redor do planeta e continuava em sua lufada destruidora, Lula, do alto da sua conhecida bazófia, classificou o movimento como “marolinha”. Isso se deu no rastro de um pedido irresponsável feito aos brasileiros: elevar o consumo drasticamente como forma de enfrentar os efeitos da tal “marolinha”.

De lá para cá, nenhuma medida econômica adotada pelos governos petistas (Lula e Dilma) surtiram os efeitos prometidos, ou seja, a crise avançou e a ação palaciana, que deveria ser responsável e certeira, acabou na vala da pirotecnia oficial.

Naquele momento, em dezembro de 2008, o UCHO.INFO afirmou que no curto prazo a conta não fecharia e que as medidas tomadas pelo governo arrebentaria a economia nacional. Diante do nosso alerta, os palacianos limitaram-se a afirmar que este portal era entusiasta do “quanto pior, melhor”, quando, na verdade, nosso papel é o informar a verdade dos fatos e analisá-los dentro da lógica cartesiana.

Não demorou muito para a economia brasileira desandar, levando Dilma Rousseff a maquiar a contabilidade oficial e mentir de forma escandalosa para garantir a reeleição. De igual modo, pouco tempo foi necessário para que a verdade viesse à tona.

Sem querer abrir mão da gastança oficial, o que lhe garantia apoio no Congresso, Dilma deu as costas ao ajuste fiscal sob a alegação de que não poderia penalizar os avanços sociais, como se a crise econômica não tivesse arruinado a vida do cidadão, que passou a conviver com inflação alta, corrosão do poder de compra do salário, desemprego em alta, avanço da inadimplência e disparada do endividamento. Fora isso, o governo petista perdeu sua capacidade de investimento, sem contar que ao fazê-los, mesmo que minimamente, optava pelo caminho do equívoco.


Ao participar da fase mais importante e aguardada do processo de impeachment de que é alvo, Dilma não saiu-se bem no pronunciamento, mesmo lendo um documento escrito com muitos dias de antecedência e revisado à exaustão.

Ao responder às perguntas dos senadores, a presidente afastada chamou à fala o Lehman Brothers, banco de investimentos norte-americano que ruiu debaixo da crise do “subprime” e deflagrou uma onda de desacertos econômicos ao redor do planeta. Ou seja, o que para Lula era marolinha, para Dilma foi um tsunami.

Nos últimos dias, a tropa de choque dilmista, em especial o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) insistiu em um tese boçal que pegou carona no processo de impeachment: frustração orçamentária. Em suma, os petistas “tucanaram” a queda na arrecadação, como se isso não fosse previsível.

Dilma está sendo apeada da Presidência por causa da sua magistral incompetência, mesmo que isso aconteça legalmente através dos chamados crimes de responsabilidade cometidos pela petista. Não eram necessárias doses extras de raciocínio para perceber que o modelo econômico adotado pelo PT, com base no populismo barato e no proselitismo bandoleiro, em algum momento daria errado.

Mesmo assim, Dilma culpa a instabilidade política que eclodiu no Congresso pela lambança que ela própria patrocinou na economia. Em outras palavras, o discurso histórico que alguns alegaram que a presidente afastada faria também ficou na estrada da promessa. Servirá apenas para engrossar a narrativa criminosa do golpe, tema central de um documentário que servirá para nada, no máxima para tentar salvar o PT e evitar que uma onda derruba o bolivarianismo moribundo que resiste em algumas republiquetas bananeiras.

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