Olho do furacão – Nos próximos trinta dias, integrantes do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público do Distrito Federal deverão fazer profunda e exaustiva investigação do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. O petista é suspeito de ter cometido tráfico de influência internacional para beneficiar uma empreiteira nacional. A investigação terá como base uma representação recebida pelos procuradores no início desta semana.
De acordo com integrantes do órgão, há suspeita de que Lula teria ajudado a construtora Odebrecht a obter contratos na América Latina e na África com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ainda de acordo com informações de servidores do MP, o tráfico de influência teria sido deflagrado logo após Lula deixar a presidência da República, em 2011, e durado até 2014. A informação do início das investigações foi revelada pela Revista Época na noite desta quinta-feira (30). É importante lembrar que desde que deixou o poder central, Lula passou a defender os interesses da Odebrecht de forma mais escancarada, tendo rodado o planeta a bordo de aeronaves disponibilizadas pela empresa, mesmo que de forma indireta.
A representação foi encaminha ao núcleo do MPF e será tratada inicialmente como uma “notícia de fato” e caso haja o entendimento por parte dos procuradores posteriormente poderá ser instaurado um inquérito contra o ex-presidente Lula.
A expropriação da Triunfo
Enquanto presidente, o ex-metalúrgico também usou o cargo para beneficiar a Odebrecht, apesar de todas as negativas palacianas. Lula atuou de forma escandalosa para colocar no colo da empreiteira baiana a Petroquímica Triunfo, operação que criminosa que em países minimamente sérios já teria mandado para cadeia os protagonistas.
Idealizada pelo empresário Boris Gorentzvaig, a Triunfo, localizada no Rio Grande do Sul, passou para o controle da Odebrecht na esteira de um processo escandaloso que ainda é alvo de disputas judiciais. Os herdeiros do empresário, os irmãos Auro e Caio Gorentzvaig, lutam na Justiça para reaver o que foi tomado da família de maneira acintosa e à sombra do desrespeito à lógica e à legislação vigente.
Para viabilizar a transferência da Triunfo para o grupo baiano, Lula contou com a ajuda da agora presidente Dilma Rousseff, mas também e principalmente de Paulo Roberto Costa, a quem o petista sempre chamou de “Paulinho”.
Para que o leitor compreenda a extensão armação que surgiu na esteira da expropriação da Petroquímica Triunfo, o empresário Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que leva o nome da família, disse em entrevista publicada em 2014 que não vê problema no fato de o setor privado ingerir nas questões do Estado e do governo federal. Prova de que o Palácio do Planalto é refém das empreiteiras.
Quem conhece os bastidores do poder na capital dos brasileiros sabe o que se passa nos subterrâneos da Esplanada dos Ministérios. Um empreiteiro, que ainda não foi molestado pela Operação Lava-Jato, o que deve acontecer em breve, disse a alguns interlocutores que a eventual chegada de policiais federais à sua porta será motivo suficiente para implodir a República. Isso significa que a extensão da corrupção é muito maior do que imagina a sociedade verde-loura, que não mais suporta a onda de desmandos e roubalheira que varre o País em todos os seus quadrantes. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)
