Lula teme pelo desdobramento da briga política entre o pupilo Haddad e o ex-prefeito Gilberto Kassab

Efeito cascata – Agora lobista de empreiteira e dublê de cabo eleitoral, Luiz Inácio da Silva, o fujão Lula, sabe que são imprevisíveis as consequências das trapalhadas de Fernando Haddad, o incompetente que por um equívoco do eleitorado paulistano chegou à prefeitura da maior cidade brasileira.

Quando decidiu conversar com Haddad para tentar reverter o estrago patrocinado pelo pupilo, Lula já temia que escândalos maiores pudessem vir à tona, levando de roldão a candidatura de Alexandre Padilha, escalado pelo PT para participar da corrida rumo ao Palácio dos Bandeirantes, e o projeto de reeleição da presidente Dilma Vana Rousseff, que já tem problemas de sobra.

Lula tentou explicar ao prefeito de São Paulo o efeito negativo decorrente do aumento do IPTU e da investigação do esquema de fraude ao ISS, mas o temor maior reside na possibilidade crescente de a atuação criminosa dos fiscais quadrilheiros respingar em “companheiros” de partido. Nos primeiros capítulos do imbróglio surgiu o nome de Antonio Donato, secretário de Governo da prefeitura, mas no segundo ato emergiu o de Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes, que na gestão de Marta Suplicy ficou na alça de mira da oposição por conta de um escândalo envolvendo perueiros.

A grande questão é que Haddad não se limitou a investigar o esquema criminoso, mas passou a atirar contra seu antecessor, Gilberto Kassab, que nos bastidores opera como ninguém sua catapulta de maldades. Está mais do que claro que um esquema de corrupção de R$ 500 milhões, podendo chegar a R$ 2 bilhões, não acontece apenas através do conluio de índios, sem que o cacique e o pajé saibam do malfeito.

O medo que impera nas coxias da política é que essa queda de braço entre o PT de Haddad e o PSD de Kassab ultrapasse as fronteiras do bom senso político e migre para a revanche pessoal, Se isso acontecer, com certeza sobrará para todos os lados, atrapalhando os planos de Lula, que sonha em tomar de assalto o governo do mais importante estado da federação.

Lamentavelmente, por interesses políticos escusos, o caso dos fiscais deve perder um pouco de força na esfera da administração municipal, pois foi considerada “lenha na fogueira” a declaração de Fernando Haddad de que outras secretarias teriam participado do esquema criminoso. O problema a partir de agora é tentar convencer o Ministério Público estadual de que tudo não passou de briga de “coxinhas”.