Massacre de Realengo mostra a insegurança das escolas públicas e o despreparo dos professores

Fim do caminho – O massacre ocorrido na manhã de quinta-feira (7) em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, certamente dominará as conversas dos próximos dias. Encerrada a tragédia, os envolvidos nas investigações querem agora traçar um perfil psicológico do jovem atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que após o bárbaro crime ganhou as manchetes mundiais.

Enquanto as autoridades policiais buscam uma explicação para o ataque, informações dão conta que na escola onde aconteceu o massacre de doze crianças não havia qualquer registro de mau comportamento de Wellington, que, segundo informações, foi considerado um bom aluno no período em que estudo na instituição educacional.

Isso mostra o despreparo dos professores, que em nenhum momento perceberam o comportamento doentio de Wellington, descrito por seus familiares e destacado em artigo do editor do ucho.info (“A tragédia de Realengo, as sandices das autoridades e um hospício chamado Brasil”). Não se trata de colocar em xeque, de forma generalizada, a capacidade dos pedagogos, mas é absolutamente impossível, até mesmo para um leigo, não perceber que Wellington de Menezes era portador de transtornos psicóticos, para não afirmar que se tratava de um esquizofrênico.

Fora isso, é inadmissível que um criminoso adentre a um estabelecimento de ensino portando armas de fogo e disposto a cometer uma chacina, a reboque da esfarrapada desculpa que ministraria uma palestra aos alunos, assunto que foi conversado com duas professoras e que, mesmo não sabendo do evento, consideraram a abordagem normal.

Diante das péssimas condições do ensino público e da displicência dos professores que não repararam o comportamento estranho do atirador de Realengo, os brasileiros devem aceitar que um palhaço pode nos representar no Congresso Nacional e que um mitômano fanfarrão governe o Rio de Janeiro e que outro idêntico sonha em voltar à Presidência da República. Mesmo assim, há quem diga que o Brasil é o país do futuro.