Mercado financeiro prevê dias difíceis na economia e coloca projeto político de Dilma na corda bamba

Descendo a ladeira – Consultados pelo Banco Central, como acontece semanalmente, economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País não enxergam com bons olhos o futuro da economia brasileira, que na opinião dos palacianos está sob controle.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (6), a projeção dos analistas para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi mantida na casa de 5,71% em 2013. Para o próximo ano, quando o governo de Dilma Rousseff não terá à disposição as ferramentas protelatórias atuais, a inflação projetada saltou de 5,71% para 5,76%.

Esses números mostram que a inflação no período ficará acima do teto do centro da meta fixada pelo governo, que é de 4,5% ao ano. Com a incumbência de controlar a inflação e fazer com que o maior fantasma da economia rume na direção do centro da meta, o BC tem se escorado na regulação da taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 7,5% ao ano, mas que até o final de 2013 deve chegar a 8,25%, segundo os especialistas.

Na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a Selic pode ser elevada para 7,75%, de acordo com os analistas financeiros, que usam como base as sinalizações do colegiado.

A crise financeira, maior ameaça ao plano de reeleição de Dilma Rousseff, está longe do fim. Pelo menos é isso que pode se concluir quando analisados os números da economia verde-loura. O pessimismo em relação ao tema fica evidente nas primeiras projeções que reduzem o crescimento econômico de 2013 para 2,5%, contra os 3% previstos anteriormente. Trata-se de uma reedição do que ocorreu em 2012, quando o PIB encerrou o ano na pífia marca de 0,98%, após sucessivas previsões que reduziram os números da economia.

O mais interessante nessa epopeia é que até agora não surgiu um petista sequer para falar em herança maldita, discurso que tornou-se comum nos primeiros anos da era Lula, quando o ex-metalúrgico tentou justificar com antecedência a incapacidade administrativa de seu governo. Aliás, a maior obra da era Lula foi o incremento da corrupção e da impunidade.