Mercado financeiro prevê piora da economia e confirma a gravidade da crise que chacoalha o Brasil

dinheiro_111Descendo a ladeira – Mantendo o ritmo de previsões nada alentadoras para a economia brasileira, o mercado financeiro nacional aposta em cenário ainda pior para a inflação oficial e para o Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com os economistas consultados pelo Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, passou de 9,23% para 9,25%. Trata-se da décima sexta alta consecutiva do indicador.

Caso a previsão se confirme, o IPCA de 2015 será o maior desde 2003 (9,30%). Para 2016, a expectativa de inflação ficou estável em 5,40%. Os dados fazem parte do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (3) e que traz as previsões dos economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País.

Segundo os especialistas do mercado, a alta do dólar e também dos chamados preços administrados (telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de transporte) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação do setor de serviços, propulsada pelos ganhos reais de salários, segue em alta preocupante.

Produto Interno Bruto

Em relação ao PIB deste ano, os economistas reduziram mais uma vez a previsão, que já era desanimadora. Na última semana, o mercado financeiro passou a trabalhar com a expectativa de retração de 1,80% em 2015. Trata-se da terceira queda seguida do indicador. Na edição anterior do Boletim Focus a previsão era de recuo de 1,76%. No caso de a projeção dos economistas se confirmar, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada queda de 4,35% do PIB.

Taxa básica de juro

Para piorar o que já era ruim, os economistas apostam em manutenção da taxa básica de juro (Selic), atualmente em 14,25%, maior patamar em nove anos. A estabilidade da Selic não significa alento para a economia, pois mostra que a inflação continua resistente, apesar do caos que se instalou na economia e provocou queda abrupta no consumo.

Para o fim de 2016, a estimativa para a taxa básica de juro ficou estável em 12% ao ano – o que aponta na direção de reduções da taxa Selic ao longo do próximo ano, algo que alguns profissionais experientes do mercado financeiro, consultados pelo UCHO.INFO, não acreditam.

apoio_04