Mesmo com prejuízo, Petrobras pagará aos funcionários R$ 1 bilhão como participação nos lucros

petrobras_15Camisa de força – Na última segunda-feira (25), durante Assembleia Geral Extraordinária de acionistas, a Petrobras confirmou à Federação Única dos Petroleiros (FUP) que pagará Participação nos Lucros e Resultados (PLR) a todos os empregados. A federação calculou que a estatal e suas subsidiárias pagarão um total de R$ 1,04 bilhão com essa rubrica.

“Fruto de uma luta histórica da FUP por regras claras e democráticas para a PLR, o acordo prevê que os petroleiros sejam remunerados, inclusive na ausência de lucro, desde que alcançados os resultados operacionais”, diz a nota da entidade sindical, em referência ao fato de a Petrobras ter registrado prejuízo de R$ 21,587 bilhões no ano passado, o primeiro resultado negativo anual desde 1991.

De acordo com a carta enviada pela Petrobras à FUP, disponível no site da federação, os empregados receberão PLR equivalente à “metade da remuneração do empregado acrescido de metade do menor valor pago da PLR no exercício anterior”. As condições de pagamento estão previstas no Acordo Coletivo de Metodologia para Definição e Pagamento de PLR no Sistema Petrobras. A carta não faz menção ao valor global a ser pago pela estatal.

Na nota publicada em seu site, a FUP faz referência à polêmica em torno da decisão, anunciada pelo presidente Aldemir Bendine, de não pagar dividendos aos acionistas, por causa do prejuízo de 2014.

Segundo a federação sindical, os acionistas “choram por dividendos”. Inclusive, na reunião do Conselho de Administração que aprovou os resultados do ano passado, em abril, houve discussão sobre esse assunto. Alguns conselheiros defenderam o não pagamento da PLR, já que houve prejuízo e não haveria pagamento de dividendos.

“Os acionistas da Petrobras bem que tentaram, mas desta vez não receberão dividendos. Revoltados, chegaram a criticar a empresa por agir de forma diferente com os trabalhadores. A mídia, como sempre, se aproveitou do fato para emplacar suas manchetes tendenciosas”, ressalta a nota. (Por Danielle Cabral Távora)

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