México é o maior produtor de veículos da América Latina, passando o Brasil

automoveis_01Ladeira abaixo – O Brasil perdeu para o México, e não foi no futebol! O país perdeu mais uma liderança. O México passou a ser o maior produtor de veículos na América Latina. Em 2015, o Brasil poderá também deixar de ser o quarto maior mercado de carros do planeta.

Os dados foram divulgados pela Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica), durante o Salão do Carro de Genebra, na quarta-feira (4). A previsão é de que, ainda este ano, o setor automotivo brasileiro terá um dos desempenhos mais fracos entre os grandes mercados.

A Oica apontou que em 2014 a produção brasileira sofreu um tombo de 15,3%, o que fez o País registrar o pior resultado entre os dez principais produtores do mundo. Com isso, o Brasil caiu da sétima colocação para a oitava no ranking dos maiores fabricantes globais, com 3,1 milhões de unidades.

O México passou a ter 3,3 milhões de unidades produzidas, uma alta de 10%, superando a fabricação nacional e virando líder na região.

Os números do Brasil não condizem com os de países ricos e dos emergentes. Vale ressaltar que no mundo, o setor automotivo cresceu 3% em 2014 e, neste ano, deve assistir a outra expansão de 3%, tanto em produção quanto em vendas.

No ano passado, foram fabricadas em todo o mundo o recorde de 89,5 milhões de unidades. Segundo as projeções da organização, o volume deve chegar a 91 milhões em 2015 e, em 2020, a meta é atingir 100 milhões de carros por ano.

Segundo o secretário executivo da Organização Internacional de Construtores de Automóveis, Yves van der Straaten, a crise já acabou. Entre 2007 e 2009, a produção mundial havia despencado de 73 milhões de unidades para 61 milhões.

Apesar disso, no Brasil, além da produção, as vendas também caíram de 7%, para 3,4 milhões de unidades em 2014. O País se manteve como o quarto maior mercado do mundo, mas passou a ter sua posição ameaçada pela Alemanha.

Mas o País pode perder essa posição se as previsões publicadas pelo setor se confirmarem. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) prevê que as vendas sofrerão uma queda de 10% em 2015.

Ainda de acordo com Van der Straaten, o desempenho do setor no Brasil foi afetado por restrição no crédito, pelo impacto de barreiras ao comércio exterior e até mesmo pela proliferação de feriados por conta da Copa do Mundo. “O resultado é que o Brasil teve sua pior produção em cinco anos”, afirmou.

A retração no mercado nacional rompe com praticamente uma década de expansão na América Latina. Só no Brasil as vendas passaram de 1,7 milhão de unidades em 2005 para 3,8 milhões em 2012. Já na produção, o país registrava 2,5 milhões de unidades em 2005, passando a 3,7 milhões em 2013.

A expansão nacional ficou bem acima da média mundial do setor, de 34% entre 2005 e 2014. Mas a própria Oica alerta que preferiria “taxas mais sustentáveis para o Brasil.”

China

Por outro lado, se o mercado brasileiro começa a encolher, os números das montadoras apontam que a China segue uma trajetória inversa. Hoje, um a cada quatro carros no planeta sai de fábricas chinesas. Em 2005, essa taxa era de apenas 9%. A China, assim, superou a Europa, os Estados Unidos e o Japão como maior produtora. Em toda a América do Norte, a produção equivale a 19% do total mundial hoje. Na Europa, a taxa caiu de 28% para 19% em uma década.

O desempenho chinês revolucionou o mapa-múndi do setor automotivo. Em dez anos, a Ásia registrou um aumento de 81% na produção e de 110% em vendas. Hoje, o continente asiático representa mais de 50% do mercado mundial de carros. (Por Danielle Cabral Távora)

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