Michel Temer libera importação de feijão por causa das indigestas receitas econômicas de Dilma

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É verdade que Michel Temer ainda se encontra na condição de presidente interino, até que a situação da afastada Dilma Rousseff seja definida pelo Senado Federal, mas o peemedebista precisa colocar tempero nos discursos, caso queira contar com o apoio da população para enfrentar o cipoal de desafios que recebeu. O que não significa que os enfadonhos discursos de Dilma eram didáticos e esclarecedores.

Logo após assumir provisoriamente a Presidência da República, Temer anunciou que abriria a caixa preta da herança maldita deixada pelo PT e revelaria aos brasileiros a extensão do estrago. Até o momento, o governo interino nada fez nesse sentido, como se a gestão petista tivesse sido um primor. Esse posicionamento, marcado pior um silêncio quase obsequioso, sugere cumplicidade ou medo de que a verdade possa turbinar a crise.

Michel Temer é useiro e vezeiro da fala correta, com direito a mesóclise e outros itens gramaticais, mas é preciso afinar o discurso para que a parcela menos instruída da população compreenda a realidade dos fatos.

No caso do feijão, assunto que recheou as conversas Brasil afora e acabou nas redes sociais em forma de movimento, Michel Temer não demorou a autorizar a importação do produto como forma de reduzir o preço. Antes de decidir pela importação, o presidente interino deveria ter divulgado nota explicando as razões da alta do preço do feijão, que em algumas cidades brasileiras custa R$ 16 o quilo.


O que pode parecer um excesso de preciosismo, na verdade é uma considerável armadilha no caminho do peemedebista. Isso porque, mesmo sendo uma sonora inverdade, os brasileiros desavisados creditam a Temer a alta do preço do feijão. Como se um governo com pouco mais de trinta dias seria capaz de produzir índice de inflação tão devastador.

A situação que surge no rastro do caro e cobiçado feijão é muito preocupante, pois pessoas já defendem o retorno da afastada Dilma como forma de garantir a queda no preço do produto que é presença obrigatória no cardápio diário do brasileiro.

Esse equívoco poderia ser facilmente desfeito com uma entrevista coletiva de algum integrante do governo, como o ministro da Agricultura, por exemplo, esclarecendo os fatos que concederam ao feijão o status de objeto do desejo de nove entre dez trabalhadores brasileiros. Em suma, se o preço do feijão está salgado, por certo não foi a equivocada receita econômica de Dilma Rousseff que colocou interino na frigideira da maledicência popular.

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