Ministro Joaquim Barbosa rejeita recursos e João Paulo Cunha pode ser preso a qualquer momento

joao_paulo_10Sol quadrado, lua idem – Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa rejeitou os recursos apresentados pelo deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) na Ação Penal 470, que teve como cardápio único o Mensalão do PT, o maior e mais ousado escândalo de corrupção da história verde-loura. Com a decisão, publicada nesta segunda-feira (6), fica autorizada a prisão do parlamentar, que pode acontecer a qualquer momento após a expedição de uma carta sentença.

O deputado petista está em Brasília e, de acordo com sua assessoria, ele se apresentará à Polícia Federal ao meio-dia de terça-feira (7). O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende João Paulo Cunha, confirmou que seu cliente se apresentará à Polícia Federal em Brasília. “A decisão do ministro Joaquim Barbosa era esperada e está em consonância com a que ele proferiu em situações anteriores para casos idênticos”, disse Toron.

Alberto Toron informou que poderá solicitar ao STF alguns benefícios que constam da lei para o caso de condenados à prisão em regime semiaberto. “Vamos estudar eventual pedido de remoção (de João Paulo) para São Paulo e o direito de ele trabalhar e estudar”.

João Paulo Cunha era presidente da Câmara dos Deputados quando o Mensalão do PT corria solto no Congresso Nacional. Sua esposa, Márcia Milanésia da Cunha, foi à agência do Banco Rural, em Brasília, para sacar R$ 50 mil na boca do caixa, de acordo com determinação disparada pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador financeiro do Mensalão do PT. Quando o escândalo veio à tona, João Paulo inicialmente alegou que sua esposa fora à agência do Rural para pagar faturas de uma empresa de televisão a cabo. Uma mentira deslavada, pois as despesas relativas à residência oficial do presidente da Câmara são pagas diretamente pela própria administração da Casa legislativa.

Em seguida, com a mentira se desmanchando como areia no meio do furacão, João Paulo Cunha mudou sua versão e disse que o dinheiro foi utilizado para a contratação de pesquisas de opinião na região de Osasco, cidade da Grande São Paulo e seu reduto eleitoral. Para justificar a nova versão o deputado petista apresentou duas notas fiscais de um desconhecido instituto de pesquisas.

Dono de arrogância insuportável e de vaidade na mesma medida, João Paulo circulava por Brasília a bordo do carro oficial da presidência da Câmara, mas fazia questão de ser escoltado por uma dúzia de batedores, que rasgavam a capital dos brasileiros com as sirenes ligadas, como se à cidade tivesse chegado o novo Messias.

O advogado Alberto Zacharias Toron disse que seu cliente quer estudar durante o período em que cumpre a pena de prisão, algo interessante para quem se formou em Direito cursando uma faculdade em Osasco, ao mesmo tempo em que dava expediente em Brasília. Em suma, João Paulo Cunha inaugurou, juntamente com o companheiro Vicentinho, a onipresença educacional agregada ao ensino por telepatia.

Considerando que o deputado é um adepto confesso das sirenes, na terça-feira ele poderá mais uma vez saciar a sua desmedida vaidade, porque da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, até o Complexo Penitenciário da Papuda a viatura policial por certo fará um estardalhaço.