Na tentativa de salvar a afastada Dilma, esquerdistas pedem à PGR que investigue Jucá

romero_juca_1011

A bancada esquerdista no Congresso Nacional precisava de um fato novo para ressuscitar a enfadonha cantilena do golpe. Como se tivesse ouvido esse apelo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deu aos colegas de Parlamento, que apoiam a afastada Dilma Rousseff, o que eles desejavam.

Nesta terça-feira (24), quinze senadores do PT, PCdoB, PDT, PSol, PPS e Rede protocolaram representação na Procuradoria-Geral da República para que Jucá seja investigado no caso do diálogo que manteve com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e prestes a fechar acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Na opinião dos parlamentares, Romero Jucá agiu para obstruir as investigações da Lava-Jato e influenciou o processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Pedimos que a PGR dê celeridade a esse processo. A conversa deixa muito claro de que ele constrói todo um ambiente para viabilizar o impeachment da senhora presidente e, ao mesmo tempo, para impedir o andamento das investigações pela Lava Jato”, disse o senador José Pimentel (PT-CE). Em outra representação, a bancada do PSol na Câmara dos Deputados pediu a prisão de Jucá.

No pedido protocolado na PGR, os senadores querem que Jucá seja impedido de retornar ao comando do Ministério do Planejamento e que ao voltar ao Senado seja impedido de frequentar determinados recintos, contatar pessoas ou valer-se do mandato parlamentar para interferir na Lava-Jato. Ou seja, só não decretaram a perda de mandato de Romero Jucá porque o Brasil ainda é uma democracia, que como tal existe debaixo de um ordenamento jurídico.

Não há dúvida que Jucá cometeu um grave erro ao, caindo em armadilha do interlocutor, ter comentado sobre o avanço das investigações da Operação Lava-Jato com Sérgio Machado. O que não se pode é querer criminalizar por antecipação aquilo que a Justiça ainda não fez. Trata-se de uma manobra desesperada e oportunista da esquerda, que vê no episódio uma chance de salvar o mandato de Dilma Rousseff.

Ademais, o PT, em outro movimento, quer suspender as atividades da comissão Especial do Impeachment até que o imbróglio envolvendo Jucá seja esclarecido. O que os petistas buscam é retardar ao máximo o processo de impeachment, fazendo com que o mesmo ultrapasse o período de 2180 dias de afastamento a que Dilma está sujeita. Sabem os “companheiros” quem uma devassa no governo seria fatal para o processo de impedimento da petista, pois muitos escândalos envolvendo aliados e apaniguados sairão da penumbra.


Os parlamentares que querem a cabeça de Romero Jucá tentam comparar o caso com o episódio que levou Delcídio Amaral à prisão e à perda do mandato de senador. Há uma enorme diferença entre os casos de Delcídio e Jucá. O primeiro tentou comprar o silêncio de Nestor Cerveró e interferir na Lava-Jato, ao passo que Jucá disse que era preciso “conter a sangria”, em referência ao avanço das investigações sobre o Petrolão.

O UCHO.INFO não tem procuração para defender Romero Jucá – e se tivesse não o defenderia –, mas não há na fala do ex-ministro do Planejamento, em termos técnicos, qualquer indício de cometimento de crime ou tentativa. Considerando que Dilma e o PT estavam sem motivação para continuar lutando, o episódio de Jucá caiu como luva sobre a sanha bandoleira da esquerda verde-loura.

Contudo, a bizarrice petista continua proliferando. Senador pelo PT do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias, um dos líderes da tropa de choque dilmista, disse que “Jucá era o maior articulador do impeachment no Senado”. “Era Eduardo Cunha na Câmara e ele no Senado”, completou Lindbergh, que apresentará questão de ordem na reunião da comissão do impeachment para requerer suspensão dos prazos.

Lindbergh Farias aproveitou a oportunidade para criticar o presidente interino de Michel Temer. O senador ironizou as declarações do presidente em exercício, Michel Temer, sobre sua experiência em “tratar com bandidos” quando foi secretário da Segurança Pública de São Paulo. “Nós estranhamos a declaração, foi quase que uma autoconfissão”, disse Lindbergh.

Considerando que o PT já foi classificado, em diversas ocasiões, como organização criminosa, Michel Temer é a pessoa mais adequada para lidar com esses proxenetas da política nacional que adotaram o banditismo como forma de existir.

A sandice maior de Lindbergh foi dizer que o governo Temer é fraco e enfrenta processo de desgaste. “Na minha avaliação esse governo não se sustenta por mais três meses. A gente só está esperando os novos fatos”, afirmou o petista.

apoio_04