No rastro das bizarrices de Maduro, secretário-geral da OEA declara o “fim da democracia” na Venezuela

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Nas últimas semanas, a esquerda latino-americana entrou em catarse diante da decisão da cúpula do Mercosul de impedir que o tiranete Nicolás Maduro assumisse a presidência do bloco. Para que isso fosse possível, a Venezuela, como Estado, deveria estar em consonância estrita com a democracia, o que nem de longe acontece no país que sangra à sombra do totalitarismo bolivariano.

Não bastasse a gravíssima crise econômica que devasta a Venezuela, Maduro vem trabalhando com um verdadeiro ditador nos bastidores para conter os adversários políticos, que avançam com o projeto de referendo revogatório. A Justiça Eleitoral venezuelana deve decidir sobre o tema nas próximas semanas, mas a chance de Maduro ser apeado do poder cresce rapidamente com o passar dos dias.

Como forma de tentar manter-se no poder, Nicolás Maduro deu prazo de 48 horas para que os servidores públicos que assinaram documento em favor do referendo deixem o governo. Do contrário, serão exonerados sumariamente, o que demonstra a violação ao direito de opinião na Venezuela.

Não obstante, há dias Maduro ameaçou a oposição de reagir a eventual tentativa de golpe. O presidente venezuelano disse que, caso sinta-se ameaçado, reagirá com muito mais força e truculência do que Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, que vem dedicando tirania e truculência aos adversários políticos desde a fracassada tentativa de golpe.


A deterioração do cenário político venezuelano avançou de tal forma, que na segunda-feira (22) o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, proclamou o “fim da democracia” na Venezuela. Almagro classificou o modelo político venezuelano de “regime” e usou a palavra “tirania” para referir-se à situação que impera no país sul-americano.

Em carta dirigida ao opositor Leopoldo López, cuja condenação a 14 anos de prisão foi ratificada recentemente pela aparelhada Justiça venezuelana, Almagro afirmou que “não há hoje na Venezuela nenhuma liberdade fundamental nem nenhum direito civil ou político”.

“Se ultrapassou um nível que significa que é o fim da democracia. A comunidade internacional é clara ao pedir não mais tirania no céu. Um céu que já não existe”, completou o secretário-geral da OEA.

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