O negócio de Neymar, o filho, é balançar a rede; o negócio de Neymar, o pai, é driblar o Fisco

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Enquanto o atacante Neymar Jr. marca gols inenarráveis, seu pai e empresário dedica-se a “chapelar” as autoridades tributárias. Pelo menos é isso que se depreende da fala de Neymar, o pai, que acena com a possibilidade de o filho não mais continuar no FC Barcelona.

O argumento do gerenciador da carreira do atacante do clube catalão é simples e bastante conhecido. “Não temos tranquilidade tributária para ficar na Espanha. Estamos negociando a renovação com o Barcelona, meu filho está muito feliz no clube, mas estamos recebendo muitos ataques, estendidos no Brasil desde que chegamos. Se não temos uma situação confortável para trabalhar, não podemos ficar na Espanha”, disse em entrevista à Rádio Barcelona.

Autoridades fiscais do Brasil e da Espanha têm analisado as contas e declarações de renda do jogador, encontrando inúmeras falhas. Recentemente, a Receita Federal do Brasil tomou um carro em nome do atacante e confiscou R$ 188,8 milhões das contas bancárias do jogador. A medida teve por base fraude fiscal no período de 2011 a 2013.

De igual modo, os agentes tributários da Espanha apuram a negociação que levou Neymar do Santos Futebol Clube para o Barcelona. Nesse caso, além do jogador, também estão envolvidos representantes do clube catalão, a própria agremiação e a família de Neymar.

Por conta desse cenário, Neymar, o pai, afirmou que a condição do jogador, assim como da própria família, em Barcelona não é confortável. Neymar tem se mostrado confortável e feliz ao lado do argentino Lionel Messi, seu contrato expira em 2018 já negocia uma prorrogação de vínculo com o clube catalão.

“Estamos tratando disso, mas há situações que precisam ser resolvidas, há pendências e queremos um pouco de tranquilidades”, comentou o pai do jogador. “Queremos ficar por dois, três, quatro, cinco ou dez anos mais. Mas não sabemos se estamos fazendo a coisa certa. Recebemos muitos ataques. É muito difícil.”

De acordo com a entrevista, a família de Neymar mantém conversas com diferentes assessores fiscais para equacionar as pendências. Mesmo assim, a família do atleta estabeleceu limites. “Não quero falar de perseguição, mas se não temos como trabalhar, não podemos ficar. Se estamos causando problemas, não podemos permanecer. Estamos há dois anos e meio respondendo as mesmas coisas e nos defendendo de acusações. Tenho de dar tranquilidade para Neymar, minha família e nossas empresas.”

A questão envolvendo Neymar e os órgãos fiscais de ambos os países é que o pai do jogador quer ganhar sem ter qualquer despesa. Ou seja, Neymar, o pai, que usar o talento futebolístico do filho para transformá-lo em um ser inalcançável quando o assunto é pagamento de impostos.

Em qualquer bom dicionário, não importa o idioma, essa exigência feita pelo pai do jogador é facilmente definida como desejo de sonegação. E para isso o Estado, espanhol ou brasileiro, tem os órgãos competentes para coibir tal ilícito. Ou será que Neymar, o filho, é um ser extraterrestre ou uma divindade qualquer?

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