Obama rechaça ameaça de Donald Trump sobre suspensão do processo de reaproximação com Cuba

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A Casa Branca informou, nesta segunda-feira (28), que o presidente Barack Obama não está preocupado com as recentes ameaças de seu sucessor, o republicano Donald Trump, sobre eventual reversão do processo de reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba.

Nesta segunda, três dias após a morte do ditador cubano Fidel Castro, o eleito Trump afirmou, em mensagem publicada no Twitter, que “se Cuba não estiver disposta a fazer um acordo melhor para o povo cubano, americano e os EUA como um todo, eu vou encerrar o acordo”, confirmando o que já havia prometido durante a campanha.

Em setembro, durante comício em Miami, o então candidato disse que reverteria as mudanças introduzidas por Obama na relação entre os EUA e Cuba, a não ser que os líderes cubanos permitissem a liberdade religiosa e soltassem prisioneiros políticos.

“O próximo presidente pode revertê-las, e é o que farei a não ser que o regime dos Castro atenda às nossas demandas”, ameaçou Donald Trump à época.

Em reação às mais recentes declarações do presidente eleito, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que reverter a reaproximação entre os dois países significaria “um golpe econômico para os cidadãos cubanos”, acrescentando que a ameaça não seria algo “tão fácil” de cumprir.


Earnest argumentou ainda que as medidas promovidas por Obama, que incluem a abertura de embaixadas nas capitais cubana e americana e o restabelecimento dos voos diretos entre os dois países, não foram “concessões”, mas decisões que servem também aos interesses dos Estados Unidos.

“Após cinco décadas sem ver resultados, o presidente acreditou que era hora de tentar algo diferente”, disse o porta-voz, insistindo que a “abertura gerou importantes benefícios para o povo cubano”. E acrescentou: “Também rendeu importantes benefícios para o povo americano.”

Desde o início do processo de reaproximação com Cuba, em dezembro de 2014, Obama tem adotado medidas para atenuar o embargo econômico imposto à ilha em 1962. A suspensão total do embargo, porém, depende do Congresso, atualmente controlado por maioria republicana.

Em março deste ano, o líder democrata fez uma visita histórica a Cuba, a primeira de um presidente americano em exercício em 88 anos. Obama, porém, não viajará à ilha caribenha para o funeral de Fidel Castro, segundo informou nesta segunda-feira seu porta-voz, sem fornecer detalhes. (Com agências internacionais)

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