Omertà: prisão do “braço direito” de Palocci coloca a ex-petista Marta Suplicy em alerta

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A prisão de Antonio Palocci Filho na esteira da Operação Omertà, 35ª fase da Operação Lava-Jato, acendeu a luz vermelha na cúpula petista, pois o ex-ministro (Fazenda e Casa Civil), segundo as investigações teve papel duplo no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. Palocci era o porta-voz do crime institucionalizado que fez a alegria do PT durante mais de dez anos, assim como exercia o papel de interlocutor dos interesses de empresários corruptores que buscavam contratos oficiais e benefícios na esfera do governo federal.

Juntamente com Palocci foram presos Juscelino Dourado e Branislav Kontik, pessoas de confiança do ex-ministro e peças-chave no esquema criminoso que arrecadou R$ 128 milhões em propina, sendo que boa parte desse montante foi destinado ao PT em uma espécie de conta corrente.

A grande preocupação de muitos “companheiros” e ex-petistas é com a prisão de Branislav, que, segundo apurou o UCHO.INFO com pessoas que o conhecem, em algum momento aderirá à delação premiada.

Kontic foi assessor parlamentar do então deputado federal Antonio Palocci entre 2007 a 2010, período em que o petista manteve em plena atividade a consultoria Projeto, que inicialmente funcionava em escritório localizado na Rua Tabapuã, no bairro paulistano do Itaim Bibi, mas depois mudou-se para o número 1.314 da Alameda Lorena, na elegante e badalada região dos Jardins. Palocci tinha como chefe de gabinete o comparsa Juscelino Dourado.


A mudança de endereço é o ponto que pode complicar alguns “companheiros”, a começar por Marta Suplicy, ex-petista que agora está filiada ao PMDB e concorre à prefeitura de São Paulo. Braço direito de Palocci, o “faz tudo” Branislav Kontik é ex-cunhado de Marta Suplicy e foi assessor especial e chefe de gabinete da agora peemedebista na prefeitura de São Paulo (2001-2004). Se a Polícia Federal avançar com as investigações na direção da empresa Projeto, de Antonio Palocci, poderá encontrar um conhecido nome da política nacional como fiador do contrato de aluguel do escritório.

Enquanto assessor parlamentar de Palocci, o sérvio Branislav viajou, em 2010, às custas do suado dinheiro do contribuinte, pelo menos trinta vezes de Brasília a São Paulo. Suspeita-se que nessas viagens o então assessor cuidou dos interesses da consultoria Projeto.

Brani, como é conhecido o agora preso Branislav Kontik, fundou, em 1997, a Anagrama, consultoria de gestão empresarial com sede na capital paulista, que até recentemente continua ativa, segundo registros oficiais. Brani foi sócio minoritário do franco-argentino Felipe Belisario Wermus, o Luis Favre, ex-marido de Marta Suplicy, na Epoke Consultoria, que tinha como objeto a prestação de serviços de informação.

Com a chegada de Palocci ao posto de chefe da Casa Civil, em 2011, Brani tornou-se interlocutor da Presidência da República com inúmeros setores da sociedade. Uma das suas atribuições, à época, foi negociar com empresários da indústria do tabaco.

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