Operação Carne Fraca: ministério encontra irregularidades em 13% das amostras de carnes

O Ministério da Agricultura encontrou irregularidades em 13% das 302 amostras de carnes recolhidas nos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca, segundo o balanço divulgado na quinta-feira (6).

Oito amostras apresentaram problemas de saúde pública e não eram próprias para o consumo. A análise encontrou em sete laudos de hambúrgueres da marca Novilho Nobre, do frigorífico Transmeat, a bactéria salmonella e na linguiça cozida do frigorífico FrigoSantos a estafilococos. Essas bactérias podem causar diarreia, vômito e outros problemas de saúde.

De acordo com o secretário-executivo do ministério, Eumar Novacki, os produtos serão descartados e os dois frigoríficos, penalizados.

Outras 31 amostras apresentaram problemas classificadas como de ordem econômica, que não colocam em risco a saúde dos consumidores. As irregularidades encontradas foram o excesso de amido e ácido sórbico, um conservante proibido em linguiças e salsichas. Essas substâncias foram detectadas em embutidos dos frigoríficos Souza Ramos e Peccin. O ministério detectou ainda excesso de água no frango dos frigoríficos BRF de Mineiros e Frango DM.


Segundo Novacki, o ministério já iniciou os procedimentos para cancelar o registro dos frigoríficos Peccin, de Jaraguá do Sul e de Curitiba, e da Central de Carnes. Essas unidades foram interditadas. O secretário não descartou cassar o cadastro de outros estabelecimentos no decorrer da investigação.

“Todos, pequenos, médios ou grandes, terão que pagar pelos erros detectados e o ministério vai agir de modo muito duro”, disse Novacki.

Operação Carne Fraca

Lançada pela Polícia Federal em 17 de março, a Operação Carne Fraca trouxe à tona suspeitas de irregularidades na produção e fiscalização do setor. A PF descobriu e desarticulou um esquema de corrupção envolvendo frigoríficos, fornecedores e fiscais agropecuários, que recebiam propina para amenizar fiscalizações.

A Operação Carne Fraca provocou turbulências no mercado interno e de exportação de carne. O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango e o quarto no segmento de suínos.
Após o escândalo, 22 países e a UE impuseram restrições parciais ou totais às importações do produto e a média diária de exportação de carne caiu 19%, segundo informou o Ministério da Indústria e Comércio Exterior. (Com agências de notícias)

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