Opositor de Vladimir Putin é assassinado a tiros no centro de Moscou

boris_nemtsov_01Missa encomendada – O ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov, um das principais vozes de oposição ao presidente Vladimir Putin, foi morto ao ser alvejado por pelo menos quatro tiros na noite desta sexta-feira (27), no centro de Moscou.

“De acordo com informações preliminares, uma pessoa não identificada disparou contra Boris Nemtsov nada menos do que sete a oito vezes a partir de um carro enquanto ele caminhava na ponte Bolshoi Moskvoretsky”, disse o porta-voz do Comitê de Investigação russo, Vladimir Markin.

O crime teria sido presenciado por várias testemunhas, entre elas uma mulher ucraniana que o acompanhava. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Putin condenou o assassinato do líder opositor. Segundo ele, o presidente supervisionará pessoalmente a investigação. Ou seja, mais uma pizza russa será servida em breve, pois Putin, um ex-agente da KGB, não admite ser contrariado ou ter opositores. Basta ver o que acontece no leste da Ucrânia.

Ainda de acordo com o porta-voz, Putin afirmou que a morte de Nemtsov parece ser um assassinato encomendado e classificou o crime como “brutal” e uma “grande provocação”.

Nemtsov iniciou carreira política como governador da região de Níjni Novgorod, na Rússia central, e tornou-se vice-primeiro-ministro do país no final da década de 90, sob a presidência de Boris Ieltsin.

Ele é considerado um dos arquitetos da reforma econômica liberal russa. Depois de deixar o Parlamento, em 2003, Boris Nemtsov ajudou a criar e liderar diversos partidos e grupos de oposição.

“Devastado por ouvir sobre o assassinato brutal do meu colega opositor de longa data Boris Nemtsov. Baleado quatro vezes, uma para cada filho que ele deixa”, afirmou o ativista opositor e enxadrista Garry Kasparov.

Crítico ferrenho de Putin, Nemtsov era copresidente da coligação entre Partido Republicano da Rússia e Partido da Liberdade Popular (RPR-PARNAS). Por ter protestado nas ruas contra as prisões de opositores de Putin, ele próprio teve que passar alguns dias preso, há um ano.

No próximo domingo (2), Boris Nemtsov participaria da primeira grande manifestação da oposição na capital russa em meses. (Com agências internacionais)

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