Operação abafa –
O Palácio do Planalto está atuando firmemente nos bastidores para sufocar, ou simplesmente inviabilizar, a criação e instalação da CPI do DNIT no Senado Federal. Partiu do poder central a ordem para que o senador Paulo Paim (PT-RS) retirasse a assinatura, reduzindo para 29 o número de parlamentares que apóiam o requerimento apresentado pelo senador Mário Couto (PSDB-PA). As relações do senador gaúcho com o Palácio do Planalto não são das melhores, mas seria imprudência ignorar um pedido da Presidência da República. Três assinaturas a menos e a proposta de Mário Couto acaba mais uma vez indo pelo ralo.
Outro fator complicador para a criação da CPI do DNIT é o fato de a oposição não ver lógica em gastar as forças com as investigações, quando a ordem é centrar fogo na CPI da Petrobras/ANP, que pode ser instalada nesta quarta-feira. Sem contar a CPI das ONGs, cuja relatoria, alvo de intensa disputa no Senado, tem sido usada como moeda de troca pelos partidos oposicionistas. O relator é o senador Arthur Virgílio (PSDB-MA), indicado pelo presidente da comissão de investigação, Heráclito Fortes (DEM-PI), durante um cochilo da base governista.
Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, entrevistado nesta segunda-feira no programa Roda Viva (TV Cultura), externou sua opinião a respeito da CPI. “Uma CPI que não tenha clareza, que vai sair fazendo investigações para ver o que vai ser investigado, é uma CPI que vai criar um ataque permanente à Petrobras. Porque as pessoas acreditam na imprensa. A imprensa tem credibilidade, os blogs têm credibilidade”, disse o presidente da estatal.