Palácio do Planalto trabalha a plena carga para abafar escândalo sobre avião fretado usado por Pimentel

Nada como o tempo – Nada é mais direitista do que a esquerda no poder. E uma das melhores materializações dessa teoria foi construída a partir da chegada do PT ao poder central, palco de abusos e escândalos de corrupção, antes somente creditados às chamadas elites. Cada vez mais se lambuzando nas benesses proporcionadas pelo poder, o PT já não se incomoda com as acusações, pois sabe que no momento dos necessários esclarecimentos os fatos serão devidamente abafados. Tudo financiado pelo suado dinheiro do contribuinte.

Depois de se esquivar das explicações sobre bisonhas consultorias prestadas em Belo Horizonte, onde foi prefeito, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) agora se vê enrolado em um escândalo que mostra o apetite da esquerda pelas filigranas do direitismo. Em outubro de 2011, Pimentel fez uso de um avião fretado pelo empresário João Dória Jr., presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), para viajar da Bulgária a Roma, onde palestrou em evento do grupo.

“Não fui em avião oficial porque o compromisso não fazia parte da agenda da presidente [Dilma Rousseff]. Não tinha como ir de avião oficial. Ele [Dória Jr.] mandou um avião e eu usei a aeronave”, argumentou o ministro, cuja assessoria informou que não mais comentará o assunto.

Por certo esse mais um escândalo que o PT palaciano varrerá para debaixo do tapete, até porque esse é o modus operandi herdado pela presidente Dilma Rousseff e que ela coloca em prática com excesso de destreza.

Como sempre afirmamos, cobrar coerência no universo da política é a mais hercúlea das tarefas, quiçá não seja missão impossível. Agora dando as cartas na política nacional, o PT certamente não se recorda da gritaria que produziu quando, na era FHC, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, atual presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), utilizou um avião da Força Aérea Brasileira para ir ao arquipélago de Fernando de Noronha e ter se hospedado com a família no Hotel de Trânsito de Oficiais.

Desde a chegada ao poder, o PT vive mesclado em escândalos, os quais são justificados com a tese boquirrota de o fim justifica os meios. Acontece que esse tipo de procedimento, o de usar jatos oficiais para fins privados e particulares para fins oficiais, tornou-se algo comum no reino petista. O filho do então presidente Lula viajou com amigos para Brasília a bordo de um avião da Presidência da República. Em outra ocasião, um avião oficial do governo, com autoridades a bordo, ficou parado no Aeroporto de Congonhas à espera de outro filho de Lula, que pegou carona para viajar a Brasília.

Candidato do PT à prefeitura paulistana, o petista Fernando Haddad usou jato oficial para transportar a mulher e a filha de Brasília para São Paulo. Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, usou avião fretado por presidente de ONG para comparecer a evento oficial. Ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi admitiu carona em jato da empresa Ourofino, que recebeu autorização do ministério para produzir vacina contra febre aftosa.

O uso de jatos da FAB é regulamentado por decreto federal (4.244/2002), que prevê o transporte de ministros, além de outras autoridades, para agendas oficiais ou no deslocamento para casa. Quando autoridades fazem uso de aeronaves de terceiros não há lei que regulamente e deve ser considerada bandalheira. Como disse certa vez o messiânico Lula, “nunca antes na história deste país”.