Parceira da FIFA, empresa Match afirma que prisão de Raymond Whelan foi “arbitrária e ilegal”

raymond_whelan_01Sol quadrado – A empresa Match Services, que detém direitos exclusivos sobre a comercialização de pacotes de hospitalidade (que inclui ingressos e serviços VIP) da Copa do Mundo, divulgou nota em que considera a prisão de seu diretor, o britânico Raymond Whelan, “arbitrária e ilegal”. Whelan foi preso no último dia 7 de junho na esteira da Operação Jules Rimet, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que investiga a venda ilegal de ingressos do mundial.

O executivo da empresa, associada à Federação Internacional de Futebol (FIFA), acabou solto horas depois da prisão por determinação da Justiça fluminense. De acordo com nota divulgada pela Match, “a polícia está fazendo suposições sem uma investigação apropriada e sem o mínimo entendimento de como realmente funciona o sistema de venda de ingressos e pacotes de hospitalidade”.

A empresa também criticou o vazamento de fragmentos de conversas telefônicas entre Whelan e o franco-argelino Lamine Fofana, suspeito de ser um dos chefes de um esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa 2014. Sobre as conversas, a Match informou que não há evidências de qualquer crime no diálogo entre os dois.

A Match também considerou ilegal o vazamento de “escutas privadas de conversas de Ray”. A empresa diz que a Polícia Civil não quer passar informações sobre os 83 ingressos e pacotes de hospitalidade apreendidos no quarto de Whelan, no hotel Copacabana Palace, na zona sul do Rio. A nota informa ainda que a Match está disposta a enviar registros de negociações da empresa para a polícia, a fim de provar a inocência de Whelan.

A Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), na quarta-feira (9), o relatório final do inquérito da Operação Jules Rimet, que indicia doze pessoas por cambismo (venda ilegal de ingressos) e associação criminosa. Foram requeridas as prisões preventivas de onze acusados, entre eles o britânico Raymond Whelan.

A Match tem o direito de defender o executivo, inclusive alegando sua suposta inocência, mas tudo leva a crer que a empresa está agindo a mando da cúpula da FIFA, que prefere não ver o caso totalmente elucidado. Na verdade, com essa incursão, a Match tenta virar o jogo antes do final da Copa, até porque a continuidade das investigações sobre a participação de Whelan deixaria os dirigentes da FIFA sem dormir.

Nos bastidores é grande a movimentação de dirigentes da Match e da própria FIFA, que tenta abafar o caso, o que significa que os que continuam presos seriam uma espécie de troféu para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que fez um excelente trabalho ao desbaratar a quadrilha internacional de cambistas, algo que outros países tentaram anteriormente e sem sucesso. (Com o ucho.info e informações da ABr)

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