Parlamento da Venezuela já não tem mais a foto do ditador Hugo Chávez na parede

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Nesta terça-feira (5), faltando poucas horas para a posse dos novos deputados venezuelanos, a sala principal da Assembleia Nacional estava limpa, sem quaisquer alegorias chavistas que antes tomavam conta do Parlamento.

Deputado opositor eleito, Miguel Pizarro publicou em seu Twitter uma foto do Parlamento. Além do ambiente limpo e republicano, também é possível notar a ausência mais importante: o quadro de Hugo Chávez Frías, devidamente retirado da parede que fica atrás do púlpito da Assembleia, eliminando o conceito totalitarista que emana do boquirroto “socialismo do século XXI”, invencionice do outrora caudilho bolivariano.

A nova Assembleia Nacional da Venezuela toma posse agora dominada por opositores do governo de Nicolás Maduro. Em vez de um cerimonial calmo, o dia no país foi de manifestações contra e a favor do governo nas ruas, troca de acusações de ataques à democracia e com risco de violência.

Em dezessete anos, esta é a primeira vez que os rivais da autointitulada “revolução bolivariana” controlarão a Assembleia Nacional. Os novos congressistas opositores prometem usar o poder para fazer grandes mudanças, enquanto a situação liderada por Maduro pretende manter a firmeza e impedir qualquer retrocesso na “revolução” iniciada por Hugo Chávez, que de tão gazeteiro e totalitarista negociou com muita antecedência a data da divulgação de sua morte.


Na última semana, o Tribunal Supremo suspendeu a posse de três legisladores da oposição, em resposta a um pedido de partidários dos socialistas que acusaram os opositores de manipulação das eleições legislativas no início de dezembro passado. A decisão poderia eliminar a maioria de dois terços da oposição, necessária para tomar decisões importantes, como a destituição de altos funcionários ou realizar uma reforma constitucional.

Henry Ramos Allup, novo presidente do Congresso, reiterou na segunda-feira (4) a promessa de tomar o juramento de todos os legisladores e disse que Maduro deveria avaliar a possibilidade de renunciar para salvar a Venezuela de uma crise política. Ramos Allup é um político experiente que começou a carreira antes da era de Chávez.

Combalido economicamente e atropelando a democracia de maneira reiterada, o país latino-americano é muito dependente do petróleo, que está em queda livre no mercado internacional. A Venezuela sofre com a inflação de três dígitos e a recessão econômica mais profunda do planeta.

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