Dedo indicador – Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa participa de acareação na CPI que investiga escândalos de corrupção na estatal petrolífera e em outros órgãos, disse que repassou dinheiro do esquema criminoso para vários políticos, entre eles o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Roseana Sarney (PMDB), ex-governadora do Maranhão.
A afirmação de Costa foi negada pelo doleiro Alberto Youssef, que também participa da acareação, mas o ex-dirigente da estatal foi incisivo ao afirmar, mais uma vez, os mencionados pagamentos.
Se até o momento a ex-governadora Roseana Sarney não havia sido incomodada no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, a partir do depoimento de Paulo Roberto Costa, nesta terça-feira (25), a situação da peemedebista deve piorar sobremaneira.
Costa disse não apenas que repassou dinheiro à maranhense, como ouviu da própria Roseana, em uma viagem ao Maranhão, que ela havia recebido o dinheiro imundo proveniente do esquema de corrupção que ficou conhecido como Petrolão.
É importante destacar que Paulo Roberto Costa, assim como Youssef, selou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato e tem o dever de revelar fatos passiveis de confirmação, sob pena de colocar em risco eventual redução de pena condenatória. No caso da CPI da Petrobras, Costa não tem obrigação de falar a verdade, mas no momento em que ratifica depoimentos anteriores acaba arremessando novos personagens no olho do furacão.
A situação de Gleisi Hoffmann não poderia ser pior, pois Costa voltou a afirmar que repassou R$ 1 milhão do Petrolão para a campanha da petista. Youssef, por sua vez, negou qualquer encontro com Paulo Bernardo da Silva, marido de Gleisi e acusado de ter solicitado o dinheiro sujo, mas o doleiro não mencionou na CPI o fato de o montante em questão ter sido entregue a um empresário de Curitiba ligado ao casal.
No tocante a Valdir Raupp, o horizonte do PMDB começa a se tornar nebuloso na seara da Lava-Jato, pois há muitos mais escândalos envolvendo o partido do que se pode imaginar. Um nome mencionado diversas vezes durante a acareação foi o de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que provocará uma hecatombe no PMDB tão logo finalize o acordo de delação premiada.