Perto de vencer no primeiro turno, Alckmin ainda deve explicações sobre o escândalo Metrô-CPTM

geraldo_alckmin_35Bico fechado – Partido que lidera o bloco de oposição ao governo de Dilma Rousseff, o PSDB vem aproveitando todos os escândalos de corrupção com a chancela petista para fazer da discussão sobre o tema uma espécie de palanque eleitoral. O movimento tucano tem sido beneficiado pela CPMI da Petrobras, onde os crimes cometidos na órbita da estatal conseguem reverberação extra. Nada de anormal, pois é isso que a população espera de um partido de oposição vigilante.

O que não se pode aceitar é a maneira como o PSDB trata as irregularidades cometidas por políticos. Quando a transgressão é protagonizada por algum governista, os tucanos fazem uma enorme gazeta, sempre com o objetivo de chamar a atenção do eleitor na reta final da corrida presidencial. Quando o desmando é cometido por algum integrante da oposição, os tucanos simplesmente se calam. Ou seja, o conceito de moralidade que reina no PSDB não é isonômico e depende de quem age contra o que determina a legislação.

Quando o escândalo de superfaturamento de material e serviços metroferroviários, em São Paulo, veio à tona, o governador Geraldo Alckmin surgiu diante de câmeras e microfones para anunciar a criação de uma auditoria independente que avaliaria o caso em todas as suas minúcias. O tempo passou, o assunto foi perdendo espaço na memória da opinião pública e a até agora a tal auditoria não deu qualquer sinal de vida. Isso porque aos tucanos não interessa que a verdade seja revelada.

Certamente surgirão os indignados para dizer que esse tipo de ação requer tempo e que Alckmin é o típico “bom moço”. Na democracia o cidadão tem inclusive direito de escolher por quem deseja ser enganado, mas o que está em jogo é o suado dinheiro do contribuinte, abocanhado por delinquentes que se valem dos respectivos cargos para patrocinar as conhecidas roubalheiras que fazem o folclore da política verde-loura. Outros dirão que perto do escândalo da Petrobras o imbróglio Metrô-CPTM é crime para juizado de pequenas causas, mas não se pode endossar o assalto aos cofres estaduais apenas porque outro partido promoveu roubalheira ainda maior.

Geraldo Alckmin tem todas as chances de ser reeleito no primeiro turno, que acontece no próximo domingo (5), mas isso não significa que o tucano pode deixar de informar aos cidadãos o desenrolar das investigações do caso envolvendo o Metrô e a CPTM. O PSDB, em especial o capítulo paulista da legenda, adora caminhar sobre saltos altos e abusar da soberba, mas esse escândalo envolvendo dinheiro público não pode passar ao largo da lei, sob pena de o mais importante estado da federação se transformar em território da impunidade tucana.

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