Pesquisas sobre a corrida presidencial devem ser analisadas nos detalhes e com parcimônia

dilma_aecio_03Que fique claro – A mais recente pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial aponta novamente empate técnico entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, sendo que em termos numéricos a candidata petista está na frente. De acordo com o levantamento, que ouviu 4.355 eleitores na terça-feira (21) em 256 municípios, Dilma tem 52% dos votos válidos, contra 48% de Aécio, Considerando que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ambos os candidatos estão empatados.

Muitas foram as mensagens enviadas ao ucho.info que querem saber qual é o grau de confiabilidade das pesquisas e as reais chances de cada candidato de vencer a disputa. Em relação à confiabilidade, os principais institutos de pesquisa caíram no descrédito porque erram de maneira grosseira no primeiro turno da corrida presidencial. O único que divulgou resultados mais próximos com a realidade das urnas foi o instituto Verita, que agora aponta a vitória de Aécio Neves.

Não se trata de duvidar da seriedade do Datafolha e do método cientifico adotado nas pesquisas, mas entendemos que ciência não tem margem de erro e muito menos índice de acerto. Ou seja, ciência é ou não é. Ademais, no âmbito da estatística um cidadão que está com os pés no forno e a cabeça no freezer é considerado morno, quando na verdade está morto ou perto disso.

Quem acessa com atenção as entrelinhas das principais pesquisas logo percebe que a conta não fecha. No caso da pesquisa Datafolha, cujos resultados foram divulgados nesta quarta-feira (22), alguns detalhes suscitam dúvidas. A pesquisa revelou que para 31% dos entrevistados a inflação aumentará de agora em diante, o que confirma as previsões de economistas experimentados e também do ucho.info. Para 35% dos eleitores ouvidos pelo Datafolha, a inflação permanecerá como está, enquanto 21% apostam na redução do mais temido fantasma da economia. Considerando que 56% dos entrevistados mostraram-se otimistas, é possível chegar a duas conclusões: os entrevistados desconhecem a realidade econômica do País ou são eminentemente a favor de Dilma.

Em relação ao desemprego, o Datafolha chegou ao seguinte resultado: 33% dos entrevistados acreditam em estabilidade, 31% apostam em redução e 26%, em aumento. De novo a conta da pesquisa sobre a corrida presidencial não fecha. Afinal, a possibilidade de o desemprego crescer vem assustando a população, mas para o instituto 64% dos entrevistados são otimistas em relação ao tema.

O Datafolha apurou que para 44% dos eleitores consultados a economia deve melhorar a partir de agora, ao passo que 33% creem em melhora e 15%, em estabilidade. Todos os dados e análises feitas por especialistas nacionais e internacionais reforçam a continuidade da crise, mas os entrevistados começam a acreditar que o Brasil é o país das maravilhas e que Dilma é a versão morena, dentuça e mais roliça de Alice.

A pá de cal da pesquisa Datafolha surge na esteira do tom agressivo da campanha presidencial. De todos os 4.355 entrevistados, 71% criticaram a agressividade dos candidatos. Para 36% dos eleitores, o candidato tucano é o mais agressivo no segundo turno da disputa, enquanto que 24% entendem que Dilma abusa da agressividade. Mais uma vez a conta não fecha, pois é notório e incontestável que os petistas transformaram a corrida presidencial em pugilato eleitoral, até porque eles têm muito a perder, começando pelo partido que cada vez mais chafurda na lama da corrupção.

Essa suposta supremacia numérica da candidata Dilma Rousseff não se traduz nos bastidores da disputa. No afã de evitar o pior, a máquina petista foi acionada para convencer os eleitores de que a presidente é a melhor opção. O partido tem disparado vários e-mails diariamente, todos com informações sobre as conquistas patrocinadas pela companheira “Estela”. Os dados são tão absurdos e mentirosos, que fica patente a preocupação do partido em relação a uma eventual derrota.

Eleição se decide na urna, sendo que pesquisa de opinião retrata um momento e pode influenciar o eleitor, mas a chance de Aécio Neves vencer a disputa, na opinião dos jornalistas do ucho.info, é maior do que a de Dilma Rousseff. Contudo, parafraseando um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país” uma eleição presidencial foi tão acirrada. Como disse certa feita o imperador Julio César, “Alea jacta est” (A sorte está lançada).

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