Jorge Viana, senhor dos helicópteros bisonhos, faz qualquer coisa para manter feudo na Helibras

jorge_viana_04Gente boa – Há muito que a ideologia política ficou à beira do caminho do PT. Isso porque a chegada ao poder central permitiu ao partido mergulhar nas benesses do capitalismo e chafurdar na lama da corrupção. Sem contar o tráfico de influência, que ao levantar voo não tem limite nos céus do socialismo boquirroto. Para conferir esse quadro não é preciso mais do que um bater de olhos grossos na máquina estatal, cada vez mais aparelhada e transformada em cabide de empregos, onde a “companheirada” realiza nove entre dez sonhos de consumo.

Acostumados desde os tempos de oposição a criticar os governantes adversários, os irmãos Viana, Jorge e Tião, fizeram do longínquo e desassistido estado do Acre uma espécie de capitania hereditária. Isso porque quando Jorge é governador, Tião é senador. E vice-versa, pois quando o senador vira governador, o governador vira senador. Em casos de exceção à regra, alguma marionete da dupla em cena, como foi o caso de Binho Marques, que governou o estado nortista até 2010. E não há no Acre qualquer nesga frouxa para quem ousar em termos políticos. Mesmo assim, Jorge e Tião enchem o peito para falar em democracia.

Enquanto creem que o Acre é uma propriedade privada, quintal da família, os Viana não deixam escapar uma só oportunidade para manter os negócios na pauta do dia. Um dos negócios preferidos de Jorge Viana, algo que pode ser chamado como “menina dos olhos”, é a Helibras, empresa de helicópteros com sede em Itajubá, em Minas Gerais.

Cotado para ser ministro no governo do companheiro Lula, o lobista de empreiteira, Jorge recebeu como prêmio de consolação a presidência do Conselho de Administração da Helibras, que não demorou muito para ser transformada em feudo do petista acriano. Lá, na fabricante brasileira de helicópteros, só entra quem passa pela roleta de Jorge Viana. Do contrário, nada feito. E Jorge ousou afirmar certa vez que só chegou ao comando da empresa por causa da sua reconhecida competência gerencial.

Negócio suspeito, helicóptero milagroso

Sempre obediente às ordens políticas dos Viana, Binho Marques, quando chefe do Executivo do Acre, foi célere ao decidir comprar um helicóptero para o governo estadual. Por questões óbvias, a encomenda acabou no departamento comercial da Helibras. Afinal, ninguém é de ferro, inclusive os comunistas, os chamados socialistas do século XXI.

A aeronave custou R$ 7,9 milhões, valor absurdo para um estado com tantos problemas como o Acre. A brincadeira foi financiada, quase em sua totalidade, com recursos do Ministério da Justiça, por meio daqueles conhecidos e inexplicáveis convênios. À época, o ministro da Justiça, responsável pela liberação final do convênio, era o petista Tarso Genro. Ou seja, uma ação entre “companheiros”, porque nada melhor do que voar a bordo do suado dinheiro do contribuinte.

O helicóptero foi adquirido para missões de Segurança Pública e Saúde, mas já foi utilizado em viagens pouco ortodoxas e nada familiares. Acontece que um relatório da Polícia Federal, que investigou o negócio, apontou sobrepreço de 38% na aquisição da aeronave, o que significa que a mando de Jorge Viana o governo do Acre pagou US$ 938 mil pelo helicóptero. A PF identificou o superfaturamento ao comparar a compra, pelo governo do Espírito Santo, de um helicóptero do mesmo modelo. A Justiça Federal foi acionada e determinou à Helibras a devolução de parte do valor ao governo acriano.

Farinha pouca, meu pirão primeiro

Quando deixou o comando da empresa para concorrer ao Senado, em 2010, Jorge Viana manteve na empresa uma equipe de fiéis escudeiros, os quais sempre cumprem à risca, até hoje, suas ordens. Sua “paixão” por helicópteros é tamanha, que Jorge faz de tudo para manter intacto o seu território na Helibras.

Esse interesse pelas máquinas voadoras surgiu depois que a empresa conseguiu vender ao governo brasileiro (leia-se Ministério da Defesa e Forças Armadas) 50 helicópteros de transporte pela bagatela de R$ 5,1 bilhões.

Após aterrissar na presidência da Helibras, Jorge impingiu ao seu patrimônio pessoal o que milhões de pessoas ao redor do planeta já tentaram, mas não conseguiram: o milagre da multiplicação. Do momento em que deixou o governo do Acre até o dia em que decolou da Helibras, Jorge viu seu patrimônio crescer algo em torno de 180%. No poder os petistas existem em progressão geométrica.

Escolhido pela “companheira” Dilma Rousseff para ser um dos buldogues do governo no Senado Federal, Jorge Viana é daqueles petistas ferrenhos, “pero no mucho”. Quando percebeu que a conterrânea Marina Silva começou a ameaçar a presidente-candidata na corrida ao Palácio do Planalto, Jorge, o precavido, se apresentou faceiro à ex-ministra do Meio Ambiente para garantir seu feudo. O mesmo fez quando o tucano Aécio Neves surgiu em primeiro lugar nas pesquisas de estreia do segundo turno. Ou seja, Jorge Viana é adepto confesso daquele velho ditado popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

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