Petro Poroshenko alerta sobre “ameaça colossal” no leste da Ucrânia

petro_poroshenko_11Sem fronteiras – O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, faz um alerta sobre uma possível ofensiva de larga escala por parte dos separatistas pró-Rússia no leste do país, após nova onda de violência. Num discurso diante do Parlamento, Poroshenko falou sobre o “perigo permanente” de a Rússia lançar uma guerra contra a Ucrânia.

“Ainda há uma ameaça colossal do recomeço de hostilidades de larga escala pelos russos e pelas forças terroristas”, disse, referindo-se aos separatistas. Segundo a agência de notícias Reuters, Poroshenko pediu aos militares do país que se preparem para uma “invasão” russa.

O presidente ucraniano afirmou que mais de 9 mil soldados russos encontram-se na área controlada pelos rebeldes no leste do país para apoiá-los e que Moscou continua a fornecer armas às forças separatistas.

Nesta quarta-feira, combates entre rebeldes e tropas do governo foram travados nos arredores de Donetsk, bastião separatista. Trata-se de uma das mais graves ondas de violência desde que um acordo de cessar-fogo para a região foi assinado, em fevereiro.

O ministro da Defesa dos rebeldes de Donetsk, Eduard Basurin, disse que 14 rebeldes e cinco civis foram mortos nesta quarta-feira, sem especificar onde. Já um porta-voz do Exército ucraniano afirmou que cerca de 80 rebeldes e dois civis morreram durante as batalhas.

Nesta quinta-feira, os separatistas bombardearam a cidade de Avdiivka, ao norte de Donetsk, de acordo com post no Facebook feito pelo chefe de polícia do setor da região de Donetsk controlado pelo governo.

Cessar-fogo violado

O porta-voz da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Bociurkiv, pediu contenção de ambas as partes. Ele relatou que, nos últimos dias, observadores descobriram que algumas das amas pesadas que haviam sido retiradas por ambos os lados, como previsto no acordo de cessar-fogo, não estavam mais nas áreas onde vinham sendo armazenadas.

Nesta quinta-feira (4), em meio aos combates no leste, o Parlamento ucraniano aprovou uma lei que permite que forças militares estrangeiras entrem no país, mais especificamente forças de paz da ONU e da União Europeia (UE).

A UE condenou as novas batalhas no leste ucraniano como “a mais séria violação do cessar-fogo”, que “ameaça lançar uma nova espiral de violência e de sofrimento humano”. Segundo a ONU, mais de 6,4 mil pessoas morreram no conflito no leste ucraniano desde o início da insurgência separatista, em abril de 2014. (Com agências internacionais)

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