Petrolão: Edinho Silva é convidado a dar explicações no Senado sobre acusações de delator da Lava-Jato

edinho_silva_04Banco dos réus – Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) conseguiu aprovar nesta terça-feira (30) requerimento para convidar o ministro Edinho Silva (Comunicação Social da Presidência) para comparecimento à Comissão de Fiscalização e Controle da Casa.

A audiência servirá para cobrar explicações do ministro em relação à citação ao seu nome na delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, que o coloca na condição de chantagista. De acordo com o depoimento do empresário, a chantagem ocorreu quando Edinho Silva era o tesoureiro da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

“O Senado vai trazer o ministro Edinho Silva para que seja dada a ele a oportunidade de se explicar. Se ele já admitiu ter estado com o delator por três vezes enquanto tesoureiro da campanha fraudulenta de Dilma Rousseff, que tipo de relação havia? Por que seu nome aparece como chantagista que cobrou caixa 2 citando contratos da Petrobras com aditivos?”, questionou Caiado.

O requerimento inicial, também de sua autoria, cobra explicações sobre uma entrevista do ministro em que ele revela sua orientação para que bancos estatais realizassem campanhas publicitárias que combatessem o sentimento de rejeição ao PT. Após acordo com o governo que garantiu a vinda do ministro – ainda sem data definida – Caiado acatou a alteração para a forma de “convite”.

“Nós, senadores, vamos cumprir com o nosso dever de exigir o máximo de transparência de alguém que hoje ocupa um cargo de ministro. Eu, em particular, gostaria de saber quais são as prerrogativas que o PT exige para escolher seus tesoureiros, sendo que os últimos dois estão presos e agora o senhor Edinho Silva, ex-tesoureiro de Dilma, aparece suspeito de praticar os mesmos crimes de seus antecessores”, afirmou.

No momento em que Edinho Silva comparecer à Comissão, os senadores oposicionistas precisam redobrar a dose de coragem para questionar o ministro não apenas sobre as acusações, mas principalmente acerca das razões que levaram o Partido dos Trabalhadores e o núcleo duro da campanha da “companheira” Dilma a travestirem a propina como doações legais, algo que só ocorreu para que a legenda escapasse da seara criminosa, o que parece não ter acontecido.

Muito antes do acordo de delação premiada, Ricardo Pessoa já era considerado um arquivo ambulante e enviou ao Palácio do Planalto inúmeras mensagens cifradas em que clamava por apoio, mas os palacianos e os caciques do partido não entenderam o recado. Temendo uma condenação pesada, o empreiteiro decidiu, então, revelar os subterrâneos lamacentos do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, no qual o PT é protagonista de primeira hora.

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