Petrolão: irmão de ex-ministro das Cidades pode ter levado dinheiro de Gleisi Hoffmann até Curitiba

adarico_negromonte_02Controle remoto – Adarico Negromonte Filho – irmão do ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff (PP-BA), Mário Negromonte – que se entregou à Polícia Federal, em Curitiba, na manhã de segunda-feira (24), pode ter sido o emissário de Alberto Youssef que levou R$ 1 milhão em dinheiro vivo para Gleisi Hoffmann, em 2010. O dinheiro foi entregue em um centro comercial popular de Curitiba em quatro parcelas de R$ 250 mil. A Polícia Federal tentava descobrir quem teria sido o mensageiro que levou o dinheiro até Curitiba para que o montante fosse repassado para Gleisi.

A possibilidade de o irmão do ex-ministro ter sido o mensageiro está sendo investigada pela Polícia Federal. De acordo com matéria do jornal “O Estado de S. Paulo”, o doleiro Alberto Youssef, alvo principal da Operação Lava-Jato, usava o irmão do ex-ministro, um agente da Polícia Federal e um condenado pela Justiça por crimes financeiros e citado no escândalo do Mensalão para fazer o transporte dos valores em espécie dentro de malas e no próprio corpo para manter um “eficiente” sistema de “delivery”, alimentando dessa forma o caixa 2 de partidos políticos e parlamentares.

A denúncia de que Gleisi recebeu R$ 1 milhão do esquema da Petrobras foi feita inicialmente pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, na esteira de um acordo de delação premiada, firmado para aliviar a condenação pelo envolvimento no esquema de corrupção conhecido como Petrolão.

Paulo Roberto informou que o dinheiro foi liberado para Gleisi por intervenção de Paulo Bernardo da Silva, então ministro do Planejamento de Lula e marido de Gleisi. A remessa do dinheiro foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, também em depoimento no âmbito de delação premiada. O montante, segundo os delatores, teria sido utilizado pela petista em sua campanha ao Senado federal, em 2010.

Segundo investigações realizadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, as “mulas” da lavanderia criada por Youssef utilizavam voos comerciais, jatos particulares e carros blindados para transportar parte dos bilhões de reais que a organização criminosa denunciada movimentou entre 2009 e 2014, em associação com Paulo Roberto Costa, que depois de uma temporada atrás das grades decidiu contar o que sabe em troca de redução de pena.

“Youssef é líder de uma organização criminosa (…) especializada em operações à margem do sistema financeiro nacional formada por subordinados diretos, parceiros de confiança, ‘laranjas’ e ‘mulas’ que carregam os numerários”, destaca em ação penal em que o doleiro é réu, na Justiça Federal do Paraná. Youssef também decidiu colaborar com a Justiça em troca de benefícios.

apoio_04