Petrolão: Justiça deve exigir que partidos políticos devolvam dinheiro desviado da Petrobras

corrupcao_15Pavio aceso – A Operação Lava-Jato entra na reta final no tocante aos delinquentes fora da seara política, com a notícia de que autoridades suíças não apenas autorizaram a repatriação de dinheiro roubado da Petrobras, mas se comprometeram em auxiliar no desmonte de uma quadrilha especializada em crimes do colarinho branco e com tentáculos internacionais. Os procuradores da República que foram à Europa trarão na bagagem um sem fim de informações que no mínimo devem ser consideradas explosivas. E é exatamente isso que tem tirado o sono de muitos dos atuais inquilinos do Palácio do Planalto.

A competência da Polícia Federal, a atuação firme do Ministério Público e a coragem e o profissionalismo do juiz Sérgio Fernando Moro, titular da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, mandaram para a prisão quadrilheiros profissionais que ocupavam cargos de destaque nas maiores empreiteiras do País, como se o Brasil pudesse ser comandado por um bando de marginais engalanados e acostumados com a vida nababesca.

Enquanto a Justiça Federal do Paraná, através do juiz Moro, dá aos bandoleiros das empreiteiras aquilo que a lei determina, o Supremo Tribunal Federal se prepara para julgar a parte do processo que engloba políticos com direito a foro privilegiado por prerrogativa de função. Ou seja, a Constituição Federal em seu artigo 5º é clara ao afirmar que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, mas no Brasil alguns são mais iguais que a extensa maioria de reles mortais.

Independentemente de qual seja o desfecho para os marginais com mandato eletivo ou prerrogativa de função, a Justiça não pode apenas bloquear o dinheiro desviado da Petrobras e que foi parar nas contas bancárias dos executivos das empreiteiras, mas exigir que os partidos políticos que frequentavam o carrossel de corrupção da Petrobras devolvam os valores desviados da estatal por meio de superfaturamento de contratos.

Tal medida é de suma importância, pois, acima de tudo, não se pode esquecer que, de acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público, o esquema operado pelo doleiro Alberto Youssef teria movimentado R$ 10 bilhões. Como já noticiado pelo UCHO.INFO, o montante movimentado pelo esquema criminoso que funcionava na petrolífera pode chegar a R$ 30 bilhões. Quando noticiamos tal valor, muitos chegaram a afirmar que se tratava de um equívoco, mas semanas depois autoridades brasileiras e norte-americanas calcularam que o prejuízo da Petrobras já ultrapassou a marca de R$ 20 bilhões.

Considerando apenas o valor anunciado inicialmente pela PF como sendo o montante movimentado por Youssef (R$ 10 bilhões), por certo ainda há muito a se devolver aos cofres da empresa. Parte do produto do roubo foi parar nas contas de partidos políticos e parlamentares, cujos nomes já estão no STF. O UCHO.INFO tem a lista de parte dos beneficiários, que só será revelada no caso de o Supremo decidir colocar um pano quente sobre o escândalo. Essa “operação abafa” não deve ser descartada, pois há no rol de envolvidos nomes de figuras proeminentes (sic) da República, inclusive de alguns assíduos frequentadores do Palácio do Planalto.

apoio_04