Petrolão: Polícia Federal deflagra nova etapa da Lava-Jato e prende Vaccari Neto, tesoureiro do PT

joao_vaccari_03Forma geométrica – A Polícia Federal deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (15) a décima segunda etapa da Operação Lava-Jato e prendeu, em São Paulo, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto.

Acusado de envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, com prejuízos de mais de R$ 88 bilhões à Petrobras, Vaccari nega as acusações feitas por delatores da Lava-Jato, em especial por Pedro Barusco, ex-gerente da estatal.

Barusco, que decidiu colaborar com as investigações, disse que parte da propina arrecadada a partir de contratos superfaturados ficava com ele, enquanto o restante era destinado ao PT e entregue a Vaccari Neto. O dinheiro sujo e de origem criminosa era entregue ao tesoureiro petista em hotéis, mas uma parte da propina era paga por empreiteiras por meio de doações supostamente legais.

No último dia 9, João Vaccari Neto foi ouvido na CPI da Petrobras, onde chegou com um habeas corpus debaixo do braço. A benesse jurídica foi concedida pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos decorrentes da Lava-Jato, e permitiu ao tesoureiro não apenas se livrar do compromisso de dizer a verdade, mas desafiar os integrantes da comissão que o inquiriam.

Durante o depoimento, que poderia ter sido marcado pelo silêncio, Vaccari afirmou que conheceu Renato Duque, ex-diretor da diretoria de Serviços da Petrobras e preso pela PF. Duque foi indicado ao cargo pelo PT, em especial pelo deputado cassado e mensaleiro condenado José Dirceu de Oliveria e Silva, que também tornou-se alvo da Lava-Jato. O petista disse que conheceu ex-diretor da petroleira em um evento social no Rio de Janeiro. “É um relacionamento amistoso e social. Uma pessoa com que eu gosto de conversar, discutir política”, disse Vaccari ao explicar sua relação com Duque

Na CPI, Vaccari Neto também confirmou que foi a um dos escritórios do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava-Jato, que desde março de 2014 permanece preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. O responsável pelas finanças do PT disse que foi convidado para ir ao encontro do doleiro. “Youssef mandou um recado para que fosse ao escritório. Não marcou data. Compareci, ele não estava e fui embora”.

Na última segunda-feira (13), durante entrevista na rede mundial de computadores, o editor do UCHO.INFO afirmou que em breve João Vaccari Neto, que foi denunciado na Lava-Jato e responde a processo na Justiça Federal, seria preso por determinação do juiz Sérgio Fernando Moro. Ou seja, a partir de agora Vaccari terá a oportunidade de contemplar o raiar do astro-rei de forma geometricamente distinta.

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