Tese da delação premiada cresce entre executivos de empreiteiras e pode derrubar palacianos

corrupcao_18Linha de tiro – Quando o ucho.info afirmou, em recente matéria, que eventuais acordos de delação premiada envolvendo executivos de empreiteiras acusadas de participação no “Petrolão”, esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, poderiam provocar uma reviravolta no caso, muitas foram as críticas direcionadas ao site. Contudo, o primeiro acordo já foi selado e acendeu a luz vermelha nos bastidores do mundo das empreiteiras nacionais, que a peso de ouro contrataram os mais caros e renomados criminalistas.

Como adiantou o site com a costumeira exclusividade, as empreiteiras aceitaram a tese da leniência, proposta pelos advogados. Isso significa que as empreiteiras do “Petrolão” admitem conivência com o ilícito. Acontece que essa tese é insuficiente para minimizar a culpa dos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história brasileira.

Entre os executivos, o estreante na seara da delação premiada, no caso da Operação Lava-Jato, foi o executivo Julio Camargo, decisão que provocou uma revolução no mundo da construção pesada, porque inviabiliza a estratégia de defesa das empreiteiras. De acordo com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, Camargo controla três pessoas jurídicas (Treviso, Piemonte e Auguri), que no detalhamento da operação policial aparecem como as que mais repasses financeiros fizeram às empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef.

Julio Camargo operava como preposto de uma das 14 empreiteiras que integravam o carrossel de corrupção que funcionava na Petrobrás, de acordo com depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal. Informações repassadas às autoridades que esmiúçam a Operação Lava-Jato dão conta que Camargo era o canal de conexão com pelo menos duas grandes empreiteiras beneficiadas com contratos bilionários da companhia petrolífera nacional.

Como a tese esdrúxula da leniência, esculpida no escritório de um conhecido criminalista paulistano, foi rejeitada pelo Ministério Público Federal, a ideia de delação premiada como forma de reduzir eventuais penas começou a ganhar corpo entre os executivos das empreiteiras, cada vez mais preocupados com o desfecho da Operação Lava-Jato. Como já noticiou o ucho.info, alguns desses executivos já começaram a preparar as respectivas famílias para um resultado devastador.

No caso de a tese da deleção premiada prosperar entre os executivos das empreiteiras, mais uma vez a Operação Lava-Jato deverá subir a rampa do Palácio do Planalto, alcançando pessoa muito próxima à reeleita presidente Dilma Rousseff. O desespero que tomou conta dos executivos vem crescendo a cada hora, o que colocou o governo em estado de alerta. Afinal, Dilma terá dificuldade para explicar como uma pessoa de sua confiança agia como lobista de determinada empreiteira, ao mesmo tempo em que a própria presidente rebate a bombástica acusação do doleiro Youssef, que afirmou que ela [Dilma] e Lula sempre souberam do “Petrolão”.

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