PF aponta pentacampeão Edilson como participante de fraude pagamento de loterias da Caixa

edilson_capetinha_01Alça de mira – Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal deflagrou a Operação Desventura, que investiga o esquema que teria fraudado o pagamento de loterias da Caixa Econômica Federal. Segundo investigadores, o ex-jogador Edílson da Silva Ferreira, da Seleção Brasileira e mais conhecido como Edílson Capetinha, pentacampeão do mundo em 2002, é um dos alvos.

O baiano Edílson, de 44 anos, foi atacante de alguns dos principais times do País, Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Vasco, Cruzeiro, Bahia e Vitória. Em 2002, ele fez parte do elenco que conquistou o último título mundial da Seleção Brasileira, disputado na Ásia.

A Polícia Federal aponta que o esquema contava com ajuda de correntistas do banco, escolhidos por movimentarem grandes volumes de dinheiro. Eles teriam sido usados para recrutar gerentes da Caixa para a fraude. A PF afirmou que Edílson Capetinha fazia parte do grupo dos correntistas.

Ainda segundo as investigações, os valores dos prêmios não sacados seriam destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar R$270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.

O esquema, que contava com informações privilegiadas, fazia contato com os gerentes, que se encarregavam de viabilizar o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando de forma irregular, os bilhetes falsos. Durante as investigações, um integrante da quadrilha, foi preso enquanto tentava aliciar um gerente para o saque de um bilhete de loteria de R$ 3 milhões. Conforme a PF, meses depois de liberado pela polícia ele foi executado.

A investigação teve o apoio do Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa Econômica Federal, e os envolvidos responderão por organização criminosa, estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público, evasão de divisas.

A Polícia Federal também identificou a atuação de um doleiro no esquema e fraude na utilização de financiamento do BNDES e do Construcard e a liberação irregular de gravame de veículos.

Cerca de 250 agentes federais cumprem 54 mandados judiciais: cinco de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 conduções coercitivas e 19 de busca e apreensão nos Estados de Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal. (Danielle Cabral Távora)

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