PF desconfia da evolução patrimonial de Luís Cláudio Lula da Silva, que está “refugiado” no Uruguai

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A repentina contratação de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República e dramaturgo do Petrolão, em clube da primeira divisão do futebol uruguaio causou surpresa e indignação entre as autoridades brasileiros que investigam escândalos de corrupção.

Preparador físico, Lulinha, como é conhecido o filho do ex-metalúrgico, foi contratado pelo Juventud de Las Piedras e trabalhará sob um “conceito progressista da formação do atleta”, declarou o presidente do clube, Yamandú Costa.

“O Club Atlético Juventud vem desenvolvendo um programa inovador no futebol uruguaio, com forte investimento em infraestrutura e trabalho em valores”, declarou o cartola uruguaio.

De acordo com Yamandú, a chegada de Lulinha foi possível graças a uma parceria do clube com a FAO (Food and Agriculture Organization), entidade ligada à ONU responsável por projetos sociais na área de nutrição e saúde alimentar.

Por outro lado, para fermentar ainda mais a polêmica que recobre essa estranha e inesperada contratação, um laudo da Polícia Federal, com informações da Receita, mostram que a variação patrimonial de Luís Cláudio é “formalmente incompatível” entre 2011 e 2013 e no acumulado 2011 e 2014. A evolução patrimonial foi considerada compatível no ano de 2014.

“Frente às informações prestadas ao fisco federal, bem como movimentação bancária do investigado, foi constatado que variação patrimonial do sr Luis Cláudio Lula da Silva formalmente incompatível com as sobras financeiras correspondentes nos anos de 2011 2013, no acumulado do período (2011-2014), apresentando-se compatível no ano de 2014″, destaca o laudo anexado aos autos do inquérito que investiga a propriedade do sítio Santa Bárbara, no município de Atibaia (SP), atribuída ao ex-presidente.


O delegado federal Márcio Adriano Anselmo, que integra força-tarefa da Operação Lava-Jato, solicitou, em agosto, a realização de perícias financeiras na documentação fiscal e bancária de Luís Cláudio, de seu irmão Fábio Luís, e de seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna – donos oficiais do sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), propriedade que os investigadores afirmam categoricamente pertencer ao petista.

O relatório da PF ressalta que em 2013 a “evolução patrimonial descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores R$ 200 mil, quantia essa significativa frente posição patrimonial do investigado”. O documento faz menção à LILS, empresa de palestras de Lula.

“Essa variação descoberto em 2013, decorrente, em grande parte, de gastos com cartão de crédito (superiores R$ 300 mil), conforme registros na movimentação bancária do investigado. Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing, R$ 100 mil de pessoas físicas, R$ 200 mil da sra Marisa Leticia”, enfatiza o documento da PF, assinado pelo perito criminal federal Marcio Schiavo.

Tomando por base que no meio político inexistem coincidências, a ida de Luís Cláudio Lula da Silva gera suspeita de que algo errado há nos bastidores, uma vez que o filho do ex-presidente é alvo da Operação Zelotes, sob a acusação de ter recebido R$ 2,4 milhões de um escritório especializado em lobby e que teria comprado uma medida provisória para beneficiar o setor automotivo nacional.

Às autoridades, Lulinha alegou que sua empresa foi contratada pelo tal escritório para uma consultoria em marketing esportivo, o que causou suspeita. O filho de Lula apresentou aos investigadores um documento com o suposto conteúdo da consultoria, mas descobriu-se mais tarde que o texto fora copiado da internet.

Como vem afirmando o UCHO.INFO, Lula ainda será preso por conta do malfadado sítio em Atibaia, já que os donos oficiais da propriedade não conseguirão esconder a verdade por muito tempo. Ademais, outro filho de Lula, Fábio Luís, também é alvo da Receita Federal por causa de um repasse do Instituto Lula a uma de suas empresas. Nessa linha tem não apenas um boi, mas uma manada.

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