Todo “pixuleco” será castigado. Eis o mantra primeiro da Operação Lava-Jato, da Polícia federal, que desmontou o maior escândalo de corrupção da história, o Petrolão, que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras.
O castigo da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), acusada por delatores da Lava-Jato de receber R$ 1 milhão de propina do Petrolão, e principal suspeita – junto com o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva – de ter se beneficiado de um esquema criminoso investigado pela Operação Pixuleco II, 18ª fase da Lava Jato, está prestes a chegar. Gleisi está na iminência de ser denunciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A revelação é de um integrante da força-tarefa que investiga Gleisi e foi feita ao jornal Gazeta do Povo.
“Os investigadores da Lava Jato acreditam ser apenas questão de tempo para que a senadora Gleisi Hoffman seja denunciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com um integrante da força-tarefa, as buscas e apreensões realizadas no escritório do advogado paranaense Guilherme Gonçalves, também investigado, teriam fornecido elementos suficientes para uma denúncia por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR)”, diz o jornal.
“O caso de Gleisi envolve a empresa Consist e o Ministério do Planejamento [na época em que era comandado pelo marido da senadora, o então ministro Paulo Bernardo]. Foi desmembrado da Lava-Jato por uma decisão do STF e atualmente é investigado em São Paulo. O inquérito estava parado no Ministério Público Federal paulista e só na semana passada os documentos foram repassados à Polícia Federal de São Paulo”, diz o jornal.
Como o esquema criminoso investigado pela Pixuleco II envolvia o Ministério do Planejamento, não a Petrobras, o Supremo decidiu remeter o inquérito para São Paulo. O “fatiamento” da investigação foi ruidosamente comemorado por Gleisi e pelo PT, que imaginavam ser um passo para a impunidade. No entanto, a expectativa não se confirmou. As evidências contra a senadora são tão robustas que uma denúncia ao STF deve acontecer em breve.
O esquema Consist pode ter rendido R$ 52 milhões e cerca de R$ 8 milhões foram parar nas contas do advogado de Gleisi, o petista Guilherme Gonçalves. Desde que começou a receber dinheiro da Consist, o advogado, que atendia a senadora e o marido em questões eleitorais e era regulamente remunerado por seu trabalho, passou a bancar as despesas de Gleisi. Inclusive pagava o salário do seu motorista.