Plantão de ministros na Câmara tem como base interesses escusos, afirma Roberto Freire

roberto_freire_16Tiro ao alvo – Depois que o Mensalão do PT, o maior e mais ousado escândalo de corrupção da história nacional, veio à tona, comprometendo a estratégia do governo Lula de conseguir maioria no Congresso Nacional, a saída encontrada pelos palacianos para dar continuidade ao esquema criminoso foi lotear a Esplanada dos Ministérios, sendo que os partidos aquinhoados eram responsáveis pelos imbróglios que surgissem.

Esse modo de governar levou o País ao atraso e concentrou nas mãos de alguns políticos os investimentos do governo federal, marcado pela inoperância e também pela incompetência de seus integrantes. Para conseguirem a liberação de verbas para seus estados, deputados e senadores há muito são obrigados a verdadeiras romarias, quando imploram aos ministros a destinação de recursos oficiais para projetos de interesse da população.

Temendo uma reviravolta nas pesquisas eleitorais, o que pode acontecer no vácuo das anunciadas manifestações durante a Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff ordenou que sua assessoria encontrasse uma forma de conter a rebelião que começa a tomar corpo na Câmara dos Deputados, onde parlamentares da base aliada criaram um bloco para pressionar o governo. Por conta desse movimento foi estabelecido que pelo menos doze ministros farão plantão na Câmara em sistema de rodízio, atendendo às solicitações dos deputados.

A oposição já começa a espernear, pois mais uma vez o governo petista joga sujo ao usar a máquina estatal em benefício da petista Dilma, que está em franca campanha pela reeleição. O primeiro a chiar foi o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), para quem a estratégia palaciana é escusa

“No fundo, o que está sendo proposto é trazer o Poder Executivo para dentro do Poder Legislativo para aprofundar uma relação de subalternidade, de interesses escusos”, disse o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), ao analisar a decisão do governo de criar um “plantão” de ministros pata atuar dentro da Câmara dos Deputados com o objetivo de evitar rebelião em ano eleitoral.

O Palácio do Planalto escalou 12 ministros para ficar na Câmara negociando emendas parlamentares e cargos com deputados. A iniciativa tenta neutralizar o “blocão” criado por aliados do governo semana passada.

Poder

“O governo tem de cuidar de governar. Deve tratar o Legislativo de forma republicana e não com esses arremedos de promiscuidade”, afirmou Freire nesta terça-feira. Para ele, não existe rebeldia na base aliada. “O que há é uma postura de um poder da República por parte do Congresso Nacional; o governo tem de entender isso e tratar a questão de forma republicana”.

Para Roberto Freire, o Planalto, com o “plantão” de ministros está, na verdade, “tentando criar mecanismos que só ajudam a consolidar relações promíscuas, equivocadas”.

Ao se referir ao fato de os ministros comandarem pastas que têm mais cargos e recursos para emendas, o presidente do PPS lamentou que “isso só vai piorar a relação entre os dois poderes em questão de qualidade e dar a ela um sentido ainda mais fisiológico”.

Na opinião de Freire, o governo deveria aproveitar o movimento desencadeado pelo chamado blocão para “restaurar uma relação republicana, pautada pelo respeito entre os poderes”.